sábado, 22 de agosto de 2015

Jesus Cristo no Antigo Testamento - aula 03 - Caim e Abel (Gn 4.1-26)


- Características de Caim e de Abel
- As ofertas de ambos e as respostas do Senhor
- A reação de Caim e as advertências do Senhor
- O desprezo ao conselho divino e o homicídio premeditado
- A mentira de Caim e os castigos divinos (maldições mitigadas)
- A descendência de Caim: graça comum e desenvolvimento cultural
- Lameque: o ápice do distanciamento do homem de Deus
- O nascimento de Sete e a fidelidade de Deus à Sua palavra
- Conclusão
- Referências bibliográficas


CARACTERÍSTICAS DE CAIM E ABEL

Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR. Gn 4.1


Após a Queda e a expulsão do Paraíso, a narrativa bíblica enfatiza o nascimento do primeiro filho de Adão e Eva.

Eva declara que obteve um varão (e não um menino), possivelmente uma alusão ao fato de que a mulher (varoa) foi formada do homem, e agora o homem (varão) nasce da mulher, e ambos dependem de Deus (I Co 11.11-12).

Este foi um momento importante, pois para eles o nascimento de um filho era o cumprimento da promessa de Deus feita em Gn 3.15.

Seria Caim o descendente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente?

Caim tinha tudo para ser esse descendente:

- Sua mãe declarou que ele nasceu “com auxílio do Senhor”;
- Ele foi ensinado desde o nascimento a adorar ao Senhor;
- Ele foi o primogênito e possui todos os privilégios;
- Seguiu os passos do pai e foi lavrador.


Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. Gn 4.2


O nome “Abel” significa vapor, vaidade. E a narrativa bíblica mostra que ele viveu dessa forma, vulnerável, passiva. Ele não falou, não se defendeu.

Qual dos dois parecer o mais adequado para ser o descendente da mulher, o prometido pelo Senhor? O primogênito Caim ou o vulnerável Abel?


AS OFERTAS DE AMBOS E AS RESPOSTAS DO SENHOR

Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Gn 4.3-5a


Dois pontos merecem atenção: a pessoa do ofertante e a oferta.

O texto diz que o Senhor se agradou de Abel e da sua oferta. Deus olhou primeiramente para o ofertante, Abel, e viu nele sinceridade de coração, desejo profundo de adorá-lo através daquela oferta. Esse foi o primeiro “acerto” de Abel.

Além disso, Abel ofereceu das “primícias do seu rebanho”, ou seja, ofereceu o melhor que tinha como adoração ao Criador de todas as coisas. Esse foi o segundo “acerto” de Abel.

Por outro lado, Caim não acertou em nenhum desses pontos. Ele cumpriu o “ritual religioso” de adoração ao apresentar sua oferta, mas seu coração não estava disposto a adorar a Deus, não havia demonstração de amor e gratidão ao Soberano Criador.

Além disso, Caim ofereceu oferta “do fruto da terra”. A palavra “primícias” está ausente, a oferta não é o melhor disponível.

Esses dois fatores foram essenciais para Deus se agradar da oferta de Abel e não se agradar da oferta de Caim.


A REAÇÃO DE CAIM E AS ADVERTÊNCIAS DO SENHOR

Irou-se sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo. Gn 4.5-7


Como consequência da rejeição de Deus, Caim ficou irado a ponto disso transparecer em sua aparência. Era uma ira profunda.

O Senhor foi ao encontro de Caim e advertiu-o quanto à necessidade de se afastar da ira e ter atitudes corretas, a fim de ser aceito por Deus. Caso Caim procedesse mal, “eis que o pecado jaz à porta”. Essa expressão significava “estar de emboscada”. O pecado, o mal, a serpente enganadora estava novamente de emboscada, pronta para dar o bote e ferir Caim, assim como fez com seus pais.


O DESPREZO AO CONSELHO DIVINO E O HOMICÍDIO PREMEDITADO

Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. Gn 4.8


Caim desprezou as advertências dadas pelo Senhor, e continuou alimentando ira contra Deus e inveja do seu irmão. Esses sentimentos pecaminosos o levaram à prática do pecado, ao assassinato do seu próprio irmão.

Recusar os conselhos divinos e nutrir sentimentos maliciosos é a receita para a prática do pecado, conforme consta na epístola escrita por Tiago, irmão de Jesus:

Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Tg 1.13-15


O primeiro assassinato narrado nas Escrituras teve duas características que o tornaram ainda mais terrível: foi premeditado e foi contra o único irmão.

“Vamos ao campo”. Caim há muito nutria inveja de seu irmão. Quando o chamou para ir ao campo, certamente já tinha planejado e repassado seu plano mentalmente diversas vezes. Pensou no dia, no horário e no local para melhor execução da sua intenção pecaminosa.

Para o povo de Israel, todo crime cometido no campo era premeditado, pois impedia que a vítima fosse socorrida.

Porém, se algum homem no campo achar moça desposada, e a forçar, e se deitar com ela, então, morrerá só o homem que se deitou com ela; à moça não farás nada; ela não tem culpa de morte, porque, como o homem que se levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida, assim também é este caso. Pois a achou no campo; a moça desposada gritou, e não houve quem a livrasse. Dt 22.25-27


O segundo aspecto que torna esse assassinato mais horrível ainda é que ele foi cometido contra o único irmão de Caim.

Durante a narrativa de Gênesis 4, por sete vezes é dito que Abel é irmão de Caim. Sete vezes. E mesmo assim, Caim não teve piedade, ele planejou e assassinou seu único irmão com assombrosa frieza.

“(...) seu irmão. A palavra “irmão” aparece sete vezes nos vs. 2-11. e o matou. Os sentimentos ruins de Caim contra Deus transformaram-se em ódio e inveja irracional contra seu irmão. Ao abandonar Deus, ele renunciou à imagem de Deus. O rompimento dos laços familiares que começou no cap. 3 se intensificou com o fratricídio. Como seus pais no orgulho de seus pecados, Caim quis se apropriar da soberania divina, até mesmo sobre a vida.”
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. p.15, comentário sobre Gn 4.8


A MENTIRA DE CAIM E OS CASTIGOS DIVINOS (MALDIÇÕES MITIGADAS)

Disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu imão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão? E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim. És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra. Gn 4.9-12


Talvez Caim estivesse convencido de que ninguém saberia o que ocorreu. Seu coração estava tão afundado no pecado que ele se esqueceu do Criador Onipresente e Onisciente. Deus viu e sabia o que Caim tinha feito.

Deus questionou Caim: “Onde está seu irmão?” É uma pergunta retórica, talvez uma oportunidade para arrependimento.

“Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?”

“(...) Sua pergunta era absurda. O hipócrita sarcástico já havia determinado o destino do seu irmão. Ao se fingir de inocente, ele repetia a tentativa de seu pai de se esconder.
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. p.15, comentário sobre Gn 4.9


Caim se manteve distante de Deus e próximo do diabo, o pai da mentira (Jo 8.44). Não houve arrependimento, não houve pedido de perdão.

Ira contra Deus, inveja do irmão, planos maliciosos, assassinato premeditado do único irmão, mentira contra Deus. Esse foi Caim, aquele que nasceu com a esperança de ser o descendente da mulher, mas que se revelou ser o descendente da serpente.

Caim não era a semente da mulher. Caim era a semente da serpente.

Então, disse Caim ao SENHOR: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará. O SENHOR, porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o SENHOR um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse. Gn 4.13-15


O Soberano Juiz amaldiçoou Caim. Ele passou a ser maldito sobre a terra, a terra não daria sua força, ele seria fugitivo e errante. Caim seria exilado da civilização e da presença de Deus.

Mais uma vez Caim não demonstrou arrependimento. Ao invés disso, ele respondeu demonstrando apenas compaixão de si mesmo, se colocando como um “pobre infeliz” diante da severa punição dada por Deus.

Nessa passagem é importante destacar que as maldições dadas por Deus a Caim não foram absolutas, mas sim mitigadas, como nas maldições dadas em Gênesis 3.

Não se sabe qual foi o sinal colocado por Deus em Caim, contudo, isso também não importa tanto. O que importa é perceber como Deus foi bondoso com Caim, mesmo com todas as circunstâncias desfavoráveis a ele.

Apesar de Caim não merecer, Deus demonstrou sua misericórdia ao poupar-lhe a vida, e graça ao permitir que ele constituísse família e tivesse descendência sobre a terra.


A DESCENDÊNCIA DE CAIM: GRAÇA COMUM E DESENVOLVIMENTO CULTURAL

Os versículos 17 a 22 de Gênesis 4 narram que os descendentes de Caim empreenderam grande desenvolvimento cultural, como consequência da graça comum de Deus que estava sobre eles.

“(...) Vemos novamente a bondade e a misericórdia de Deus nos desenvolvimentos culturais que permitem ao povo enfrentar e desfrutar algum prazer num ambiente hostil e debaixo da maldição de Deus.
GREIDANUS, S. Pregando Cristo a partir de Gênesis; tradução de Marcos José Soares de Vasconcelos. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p 121.


Contudo, esse desenvolvimento cultural foi acompanhado pelo agravamento do pecado e consequente afastamento de Deus.


LAMEQUE: O ÁPICE DO DISTANCIAMENTO DO HOMEM DE DEUS

Lameque tomou para si duas esposas: o nome de uma era Ada, a outra se chamava Zilá. (...) E disse Lameque às suas esposas: Ada e Zilá, ouvi-me; vós mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou. Gn 4.19,23


Apesar desse desenvolvimento cultural, a narrativa bíblica mostra que o pecado está cada vez mais enraizado nas atitudes humanas. Lameque, o sétimo descendente de Adão, quebrou a ordem divina de casamento entre um homem e uma mulher, e casou-se com duas mulheres. Além disso, ele se vangloriou de ter matado dois homens por motivos banais, como ele mesmo disse: um porque o feriu e outro porque o pisou.

“4.19 duas esposas. A bigamia representa um abuso da instituição do casamento, que Deus pretendia que fosse monogâmico (2.24)”.
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. p.15, comentário sobre Gn 4.19


Ao matar esses homens, Lameque ofendeu mais uma vez a lei de Deus, que determinava que a pena deveria ser proporcional ao crime cometido (Ex 21.23-25).

Ele completa sua fala às esposas com mais uma quebra da lei de Deus: ao invés da vingança de sete vezes prometida pelo próprio Deus a quem matasse Caim (vingança completa, perfeita), Lameque promete vingar setenta vezes sete quem atentasse contra sua vida (vingança “mais que perfeita”). Ele se coloca no lugar de Deus e promete ser mais vingativo que o próprio Criador.

As atitudes de Lameque descrevem-no como bígamo, assassino cruel, mais vingativo que o próprio Criador e extremamente orgulhoso dessas ações. Lameque representa o ápice do distanciamento do homem de Deus.

Em apenas sete gerações, o homem se afastou completamente do seu Criador, e passou a viver como se ele não existisse, sem importar com Sua Palavra e com Sua lei.
Seria esta a vitória da semente da serpente sobre a semente da mulher?

“(...) A história está quase no fim. O narrador descreveu sucintamente  o terrível desenvolvimento do pecado na história humana. Somente sete gerações depois de Adão, um número completo de gerações, e o pecado chegou à plena fruição: os seres humanos se gabam de poderem defender a si mesmos; não precisam de Deus; não precisam da sua lei; eles mesmos decidirão o que é bom e o que é mau (3.4); podem ser deuses para si mesmos. É esse o pecado de Adão e Eva, só que mais insolente. Com o seu desenvolvimento cultural, eles podem se virar sozinhos. Em apenas sete gerações, a humanidade se desintegrou de um mundo em que Deus era adorado e cultuado para um mundo em que os seres humanos pensam que podem viver sem Deus. (...)”
GREIDANUS, S. Pregando Cristo a partir de Gênesis; tradução de Marcos José Soares de Vasconcelos. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p 122


O NASCIMENTO DE SETE E A FIDELIDADE DE DEUS À SUA PALAVRA

O maravilhoso Senhor não permitiu que a narrativa bíblica terminasse dessa forma. Os versículos 25 e 26 apresentam a renovação da esperança do homem e a fidelidade de Deus à Sua palavra.

Tornou Adão a coabitar com sua mulher, e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do SENHOR. Gn 4.25-26


Deus deu outro filho ao primeiro casal. E Eva reconheceu que Caim não era o filho da promessa, mas sim Abel, que foi assassinado. Agora, com o nascimento de Sete, sua esperança estava renovada. Este era o filho prometido pelo Senhor, que daria prosseguimento à descendência da mulher.

Pela graça de Deus, a descendência da serpente não havia triunfado.

“(...) Na batalha entre a semente da mulher e a semente da serpente, Deus é fiel em continuar a linhagem da semente da mulher. (...)”
GREIDANUS, S. Pregando Cristo a partir de Gênesis; tradução de Marcos José Soares de Vasconcelos. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p 123


A narrativa termina com o filho de Sete, chamado Enos (fraqueza), a partir do qual passou-se a invocar o nome do Senhor.

A semente da serpente, a descendência de Caim, obteve grandioso desenvolvimento cultural, eram homens fortes e violentos, mas seu coração estava longe de Deus. Eles se autodeclaravam serem deuses. Já a semente da mulher era composta de pessoas vulneráveis como Abel e frágeis como Enos, mas que invocavam o nome do Senhor. Seu coração estava voltado para louvar o Criador, para depender Dele em todas as situações. Eles foram os “pioneiros da adoração”.

“(...) Deus é fiel para dar continuidade à linhagem da semente da mulher. Se Deus não fosse fiel, essa descendência teria desaparecido com a morte de Abel. Mas Deus levantou Sete e seus descendentes para continuar o seu povo sobre a terra. É claro que isso também quer dizer que a amarga batalha com a semente da serpente continua. (...)”
GREIDANUS, S. Pregando Cristo a partir de Gênesis; tradução de Marcos José Soares de Vasconcelos. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p 123


Assim como foi fiel com Adão e Eva, Deus permanece fiel no sustento da semente da mulher, o seu povo, durante toda a história da humanidade, conforme nos garantem as Escrituras Sagradas.

Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo. I Jo 4.4


CONCLUSÃO

Com o nascimento de Caim, Eva pensou ser ele o descendente prometido. Conforme a ótica humana, realmente Caim tinha todos os requisitos para ser esse homem, contudo, a narrativa bíblica mostra que isso não ocorreu.

Deus se agradou de Abel e de sua oferta, pois seu coração estava cheio de amor e gratidão ao Senhor, e sua oferta era das primícias do rebanho. Caim errou como ofertante, pois seu ato era apenas externo, sem amor, e na oferta, que não era a melhor disponível.

Como resposta à rejeição de Deus, Caim ficou extremamente irado contra Deus e nutriu inveja do seu irmão. Ele desprezou as advertências do Senhor, planejou, assassinou seu irmão friamente, mentiu para Deus e não mostrou arrependimento em nenhum momento. Caim era a semente da serpente, e não da mulher.

Apesar de tudo isso, Deus mostrou-se misericordioso e gracioso para com Caim. As maldições foram duras, mas não absolutas. Caim foi mantido com vida, através de uma marca colocada pelo Senhor, e com possibilidade de desenvolver sua descendência.

A descendência de Caim cresceu sobre a face da terra e alcançou notável desenvolvimento cultural, entretanto, o pecado aumentou em quantidade e “qualidade”, tornando-se cada vez mais terrível.

Lameque foi o arquétipo do ápice do pecado e do distanciamento de Deus na vida de um homem. Ele vangloriou-se de ter quebrado a lei de Deus em vários momentos, e se autointitulou como mais perfeito que o próprio Criador.

Nesse momento histórico, tudo levava a crer que a semente da serpente havia triunfado sobre a semente da mulher. Mas, pela graça soberana de Deus, esse não era Seu plano para a humanidade.

Deus deu ao primeiro casal outro filho, Sete, o descendente da mulher que substituiria Abel. A partir do filho de Sete, Enos, passou-se a invocar o nome do Senhor.

A descendência da serpente desenvolveu-se culturalmente, mas estava longe de Deus. A descendência da mulher era composta de pessoas frágeis, que depositavam sua esperança no Criador. Eram os verdadeiros adoradores.

Essa batalha permanece até hoje, mas as Escrituras nos garantem a vitória por meio do Senhor Jesus Cristo, o Messias Prometido que esmagou a cabeça da serpente, que reina absoluto sobre o Universo e que voltará para resgatar a sua Igreja.


1Extraído e adaptado de: GREIDANUS, S. Pregando Cristo a partir de Gênesis; tradução de Marcos José Soares de Vasconcelos. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p. 109-124.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. 1920p.

GREIDANUS, S. Pregando Cristo a partir de Gênesis; tradução de Marcos José Soares de Vasconcelos. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 824 p.


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