AULA 08
O BATISMO E SUA
ADMINISTRAÇÃO
Mt 28:16-20
INTRODUÇÃO
- Quem deve
administrar o batismo?
- Em casos
extremos o batismo pode ser realizado por qualquer pessoa?
- As pessoas que
foram batizadas em outras Igrejas devem ser novamente batizadas?
- O que é
essencial no simbolismo do batismo?
- A Bíblia ordena
um modo específico de batismo?
Quem deve administrar o batismo?
“Seguiram
os onze discípulos para a Galileia, e para o monte que Jesus lhes designara.
E, quando o viram, o adoraram, mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-se,
falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a
consumação do século. Mt 28:16-20
- A ordem de ir,
pregar e batizar foi dada por Jesus diretamente a seus discípulos (os
apóstolos).
- A doutrina dos
apóstolos deve ser ensinada e obedecida fielmente pelos cristãos (At 2:42).
“O elemento exterior, usado neste sacramento, é água, com a qual a
pessoa é batizada em nome do Pai e do filho e do Espírito Santo, por um
ministro do Evangelho, legalmente ordenado.”
Confissão de Fé de Westminster, XXVIII, II
“Nesta matéria é
também preciso saber que é impróprio a pessoas particulares assumirem a
administração do batismo, visto que este é um ofício do ministério
eclesiástico, seja a ministração deste sacramento, como também a Ceia.
Pois Cristo não deu mandamento a nenhum homem ou mulher que ministrasse o
batismo; antes àqueles a quem ele constituíra apóstolos. E quando
ordenou que os discípulos, na ministração da Ceia, fizessem o que haviam visto
ser feito por ele, como ele próprio desempenhava o ofício de legítimo
despenseiro, indubitavelmente quis que nisso imitassem seu exemplo.”
João
Calvino. As Institutas; tradução de Waldir Carvalho Luz. 2ª edição.
São Paulo: Cultura Cristã. 2006. p. 308
Em casos extremos o batismo pode ser realizado
por qualquer pessoa?
Não.
“Não poucos se
dão conta do grave dano ocasionado pela má compreensão daquele dogma: o batismo
é necessário à salvação. Porque, se se admite que ninguém, se não é batizado,
pode salvar-se, nossa condição será muito pior que a do povo judeu, posto que a
graça de Deus seria mais limitada agora do que o fora no período da lei; e
assim se poderia concluir que Cristo viera não para cumprir as promessas, mas
para destruí-las, já que a promessa da salvação tinha força e virtude plenas
antes do oitavo dia, antes do qual a ninguém podia circuncidar-se; e agora não
a teria sem o auxílio do sinal.”
João
Calvino. As Institutas; tradução de Waldir Carvalho Luz. 2ª edição.
São Paulo: Cultura Cristã. 2006. p. 308
Igreja Católica: Defende o batismo como
indispensável para a salvação. Por isso, admite a realização do batismo por
leigos, em situações de extrema necessidade (ex: risco de morte).
Doutrina reformada: Reconhece o batismo como
sinal e selo do pacto de Deus com seu povo; o batismo não é indispensável para
a salvação. Somente admite a realização do batismo por ministros da Palavra (Mt
28:16-20).
As pessoas que foram batizadas em outras
Igrejas devem ser novamente batizadas?
“Geralmente [as
igrejas reformadas] reconheciam o batismo doutras igrejas, não excluindo os
católicos romanos*, e também das diversas seitas, exceto no caso das igrejas e
seitas que negavam a Trindade. Deste modo, recusavam-se a honrar o batismo dos
socinianos e dos unitários. Em geral, consideravam como válido o batismo
administrado por um ministro devidamente acreditado e em nome do Deus trino.”
Louis Berkhof, Teologia
Sistemática; traduzido por Odayr Olivetti. 4ª edição. Revisada. São Paulo:
Cultura Cristã. 2012. p. 583
*A Igreja Presbiteriana do Brasil não aceita o batismo realizado pela
Igreja Católica Apostólica Romana, por não considerá-la igreja genuinamente
cristã (conforme decisão do Supremo Concílio de 21.07.2006).
Socinianos e unitários consideram que em Deus
há uma única pessoa e que Jesus de Nazaré é um homem.
O que é essencial no simbolismo do batismo?
O batismo é sinal e selo do pacto de Deus
conosco. Sinal externo da transformação interna operada por Deus (limpeza
espiritual); selo de que somos filhos de Deus, e que o próprio Deus cumprirá
fielmente sua promessa de estar sempre conosco, todos os dias, até a consumação
do século.
At 2:38, 22:16; Rm 6:4-5; I Co 6:11; Tt 3:5; Hb
10:22; I Pe 3:21; Ap 1:5
A Bíblia ordena um modo específico de batismo?
Não.
“Quer a pessoa
que está sendo batizada seja totalmente imersa, e que seja uma vez só ou três,
ou se ela é apenas aspergida com água, isso é de bem pouca importância; antes,
as igrejas devem ter a liberdade de adotar um ou outro modo, em conformidade
com a diversidade climática, ainda que seja evidente que o termo batizar
significa imergir, e que esta forma foi observada na Igreja primitiva.”
João
Calvino. As Institutas; tradução de Waldir Carvalho Luz. 2ª edição.
São Paulo: Cultura Cristã. 2006. p. 307
“A opinião
geralmente predominante fora dos círculos batistas ou imersionistas é que,
desde que a ideia fundamental, a saber, a de purificação, ache expressão no
rito, o modo do batismo é deveras insignificante. Pode ser igualmente
ministrado por imersão, derramamento, afusão ou asperão. A Bíblia simplesmente
emprega a palavra genérica para denotar uma ação destinada a produzir certo
efeito, qual seja, limpeza ou purificação, mas em parte nenhuma determina o
modo específico pelo qual o efeito há de ser produzido. Jesus não
prescreve um determinado modo de batismo.”
Louis Berkhof, Teologia
Sistemática; traduzido por Odayr Olivetti. 4ª edição. Revisada. São Paulo:
Cultura Cristã. 2012. p. 581
Por que os batistas defendem apenas o batismo
por imersão?
Porque, para eles, o batismo simboliza a morte
e ressurreição de Jesus Cristo, e a consequente morte e ressurreição do
batizando com ele.
Mas, como já dito, a Bíblia não prescreve um
modo específico de batismo, logo, a imersão não é o único modo próprio de
batismo.
Justificativas:
1- O termo “bapto” não significa tão somente
“imergir”, mas também “morrer”, “lavar”, “banhar-se”, “purificar mediante
lavamento”.
2- Não há base bíblica para concluir qual foi
o modo de batismo do Senhor Jesus Cristo (Mt 3:13-17).
3- Em vários textos bíblicos a purificação foi
realizada por aspersão: Nm 8:7,
19:13, 18, 19, 20; Sl 51:7; Ez 36:25, Mc 7:3-4, Hb 9:10
4- Não há indícios de que os discípulos tenham
utilizado modo de batismo (purificação) diferente do prescrito no Antigo
Testamento, que era por aspersão.
5- Há fortes indícios de que vários batismos
bíblicos foram feitos por asperão: multidões batizadas por João Batista (Mt
3:5-6), três mil pessoas batizadas em um só dia (At 2:41); Paulo batizado em
casa (At 9:17-18), Cornélio e sua famílai (At 10:47-48), o carcereiro de
Filipos e os presos (At 16:23-33).
Como a Igreja Presbiteriana do Brasil trata a
questão?
Por todas as justificativas apresentadas, a
Igreja Presbiteriana do Brasil utiliza a aspersão como forma de batismo, porém,
reconhece como válidos os batismos (por imersão) realizados pelas igrejas
batistas reformadas.
“Não é necessário imergir o candidato na água, mas o batismo é
corretamente administrado derramando ou aspergindo água sobre a pessoa.”
Confissão de Fé de Westminster, XXVIII, III
“A imersão é um
bom modo do batismo, mas também o é o batismo por afusão ou por aspersão, desde
que todos eles simbolizam purificação. As passagens aludidas acima provam que
muitas abluções veterotestamentárias (batismos) eram feitas por aspersão. Numa
profecia a respeito da renovação espiritual do Dia do Senhor no Novo
Testamento, diz o Senhor: “Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis
purificados, Ez 36:25. O elemento simbolizado no batismo, a saber, o Espírito
purificador, foi derramado sobre a Igreja, Jl 2:28, 29; At 2:4, 33; E o
escritor de Hebreus fala dos seus destinatários como tendo os seus corações
purificados (aspergidos) de má consciência, Hb 10:22.”
Louis Berkhof, Teologia
Sistemática; traduzido por Odayr Olivetti. 4ª edição. Revisada. São Paulo:
Cultura Cristã. 2012. p. 583
CONCLUSÕES
- O batismo
somente pode ser realizado por um ministro do Evangelho legalmente ordenado;
- As Igrejas
reformadas não reconhecem ou admitem nenhuma situação que justifique a
realização do batismo por qualquer leigo;
- As pessoas que
foram batizadas em Igrejas genuinamente evangélicas não necessitam ser
batizadas;
- O batismo é
sinal e selo do pacto de Deus conosco;
- A Bíblia não
ordena um modo específico e exclusivo de batismo;
- A Igreja
Presbiteriana do Brasil utiliza a aspersão como forma de batismo, porém,
reconhece como válidos os batismos realizados pelas igrejas batistas
reformadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário