TÓPICOS DA AULA
1. Introdução
2. Provas bíblicas da doutrina
2.1. Antigo Testamento
2.1.1. Textos que apresentam
pluralidade de pessoas
2.1.2. Textos que mencionam
expressamente a Trindade
2.2. Novo Testamento
3. Definição
3.1. Conceitos equivocados
3.1.1. Não são três deuses
3.1.2. Não é um Deus que se
manifesta de três formas ou modos
3.2. Conceito bíblico
4. Distinções entre as três Pessoas
4.1. Pai
4.2. Filho
4.3. Espírito
5. Importância da doutrina
6. Bibliografia
1. INTRODUÇÃO
A Doutrina da Trindade é um dos temas de difícil
exposição e compreensão para os cristãos, por não encontrar respaldo na razão
humana, mas derivar todo o seu conteúdo exclusivamente da revelação especial. A
doutrina também enfrenta oposição dos não cristãos, que historicamente têm se
esforçado para negar a existência de um Deus Triúno e simultaneamente imanente
e transcendente.
Apesar dessas dificuldades, este tema é essencial
para a correta compreensão do Ser de Deus e de suas obras, e dele decorrem
importantes doutrinas cristãs que serão estudadas posteriormente.
2. PROVAS BÍBLICAS DA DOUTRINA
Ao longo da história, vários grupos tentaram desvalorizar
a doutrina da Trindade ao afirmar que ela não é bíblica e que foi inventada
pelos cristãos muito tempo depois da morte de Cristo.
É verdade que o termo “Trindade” não existe nas
Escrituras, e a tradição cristã afirma que ele foi utilizado pela primeira vez
por Tertuliano, por volta do ano 220 d.C.
Apesar disso, as Escrituras contêm vários textos
que comprovam a existência da Trindade. Aliás, a Bíblia vai além, pois o
conceito exposto pelo termo “Trindade” está presente em todo o conteúdo
bíblico, desde o relato da criação até a promessa do novo céu e da nova terra.
2.1. ANTIGO TESTAMENTO
A revelação da Trindade está presente no Antigo
Testamento, contudo, não com a mesma clareza da exposição constante no Novo
Testamento. Isso ocorre em razão da revelação divina progressiva ao longo da
história e do relato das Escrituras, que chega ao clímax com a encarnação de
Jesus Cristo.
Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo
Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o
universo. Hb 1.1-2
Não restam dúvidas de que a doutrina da Trindade
foi exposta aos filhos de Deus do Antigo Testamento com a suficiência e clareza
necessárias para a compreensão e a salvação deles pela graça divina.
“(...) Realmente confessamos que ela não foi revelada
sob o Antigo Testamento com a mesma clareza com a qual é agora ensinada no Novo
Testamento. Ela foi proferida muito mais obscuramente, em razão daquela
economia e porque o requeria a condição infantil (que até agora persiste) da
igreja antiga. Não obstante, isso não constitui nenhuma objeção ao fato de que
essa doutrina foi conhecida, até mesmo pelos patriarcas, suficientemente para a
salvação. Os ortodoxos têm afirmado isso com muita constância contra os
socinianos, e pode ser provado por vários argumentos. (...)”[1]
2.1.1. TEXTOS QUE APRESENTAM PLURALIDADE DE PESSOAS
Gn 1.26: Façamos
o homem à nossa imagem...
Gn 3.22: Eis que o homem se tornou um de nós...
Gn 11.7: Desçamos
e confundamos sua linhagem...
Is 6.8: Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia:
A quem enviarei, e quem há de ir por nós?
2.1.2. TEXTOS QUE SE MENCIONAM EXPRESSAMENTE A
TRINDADE
Gn 1.1-2: No princípio, criou Deus os céus e a terra.
A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo,
e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.
Logo no primeiro texto das Escrituras podemos
perceber a diferenciação entre Deus Pai e Deus Espírito.
Ex 14.19: Então, o Anjo de Deus, que ia adiante do
exército de Israel, se retirou e passou para trás deles; também a coluna de
nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles.
Esta passagem mostra que o povo de Israel foi
protegido pelo “Anjo do Senhor”, ou seja, uma pessoa distinta do Deus de
Israel, e que segundo o entendimento cristão é o próprio Cristo.
Is 61.1-2: O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim,
porque o SENHOR me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-me a
curar os cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável
do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram...
Este texto apresenta claramente as três pessoas da
Trindade, pois o Filho (Segunda Pessoa) fala que foi ungido pelo Pai (Senhor –
Primeira Pessoa) com o Espírito (Terceira Pessoa), para uma série de atividades
que constituíam sua obra terrena como Deus encarnado.
Ml 3.1: Eis que eu envio o meu mensageiro, que
preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a
quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz
o SENHOR dos Exércitos.
Mais um texto que apresenta Deus Pai (o Senhor dos
Exércitos) e Deus Filho (o Anjo da Aliança).
2.2. NOVO TESTAMENTO
Textos sobre o nascimento de Jesus: Mt 1.18; Lc
1.35
As passagens demonstram o Espírito Santo em ação na
concepção de Jesus Cristo.
Textos sobre o batismo de Jesus: Mt 3.13-17; Mc
1.9-11; Lc 3.21-23; Jo 1.32-34
Todas estas passagens apresentam a Trindade em
ação, com o Filho sendo batizado, o Espírito descendo como pomba e o Pai que
fala como voz dos céus.
Textos sobre a fórmula batismal: Mt 28.16-20; Mc
16.15-18
O Senhor Jesus ordenou que seus discípulos fizessem
outros discípulos de todas as nações e os batizem em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.
Texto sobre a bênção apostólica: 2Co 13.13
O apóstolo Paulo descreve bênçãos específicas
concedidas por cada uma das pessoas da Trindade aos seus filhos: o amor do Pai,
a graça do Filho e a comunhão do Espírito.
Diversos outros textos: Jo 4.24, 5.26; 1Co 12.4-6;
Ef 4.4-6; 1Pe 1.1-2; Jd 20-22; 1Jo 5.7
3. DEFINIÇÃO
Antes de procurarmos compreender mais profundamente
esta definição, é necessário afastar os conceitos equivocados sobre a Trindade.
3.1. CONCEITOS EQUIVOCADOS
3.1.1. NÃO SÃO TRÊS DEUSES
A doutrina da Trindade expressa que existe um Deus
que subsiste em três Pessoas, entretanto, isso de nenhum modo quer dizer que
são três deuses distintos. Pai, Filho e Espírito possuem e participam da mesma
essência, da mesma natureza divina, e por isso são três Pessoas que compõem a
unidade da Divindade, do Ser divino.
Esse conceito enfrentou e enfrenta muita oposição
ao longo da história porque é incompreensível para os seres humanos. Os homens
possuem a mesma natureza, a natureza humana, contudo, cada homem possui sua
natureza de forma única e finita. Não existe a possibilidade de dois homens
possuírem a mesma natureza humana, mas cada um deles possui a natureza humana
de forma limitada ao seu próprio ser.
“(...) O conceito da natureza nos seres humanos é
genérico. De fato, a natureza humana existe não fora e acima, mas nas pessoas,
nos indivíduos. No entanto, ela existe em cada ser humano de maneira única e
finita. Assim como os deuses do politeísmo, os seres humanos são de substância
semelhante, mas não da mesma substância ou de uma substância. A natureza humana
como existe em diferentes pessoas nunca é total e qualitativamente a mesma. Por
esta razão, as pessoas não são somente distintas, mas separadas. (...)”[2]
Em Deus, essa limitação não existe. Cada uma das
três Pessoas da Trindade possui a totalidade da natureza divina, de forma
perfeita e infinita. Por isso não há nenhuma possibilidade de conceber a ideia
da existência de três deuses.
“(...) Em Deus, tudo isso é diferente. A natureza
humana não pode ser concebida como um conceito genérico abstrato, nem existe
como uma substância fora, acima e/ou por trás das pessoas divinas. Ela existe
nas pessoas divinas e é total e qualitativamente a mesma em cada pessoa. As
pessoas, embora sejam distintas, não são separadas. Elas são a mesma em
essência, uma em essência, e o mesmo ser. Elas não são separadas pelo tempo,
pelo espaço ou por qualquer outra coisa. Todas elas participam da mesma
natureza e perfeições divinas. É uma e a mesma natureza divina que existe em
cada pessoa individualmente e em todas elas coletivamente. Consequentemente,
há, em Deus, apenas um ser eterno, onipotente e onisciente, que possui uma
mente, uma vontade e um poder. (...)”[3]
“(...) Por isso, as três pessoas divinas não são três
deuses (como se dá entre os homens), porque as pessoas divinas participam da
mesma essência numérica, e isso infinitamente. (...)”[4]
3.1.2. NÃO É UM DEUS QUE SE MANIFESTA DE TRÊS
FORMAS OU MODOS
Outra interpretação equivocada da Trindade é
defender que Deus é essencialmente um, mas se manifesta de três formas
diferentes. Essa ideia ficou conhecida na história da Igreja como sabelianismo
ou monarquianismo modalista, e seu principal defensor foi Sabélio, que viveu em
Roma no primeiro século.
Segue abaixo um resumo das principais
características dessa interpretação:
“(...) Pai, Filho e Espírito Santo não são pessoas,
mas modos de manifestação ou modos de revelação do Ser divino. Eles não são
coeternos, mas sucessivos cronologicamente. O primeiro modo de manifestação é o
Pai, na criação e na doação da lei ao seu povo; o segundo modo de manifestação
é o Filho, na encarnação; e o terceiro modo é o Espírito, na regeneração e na
santificação. Nunca os três modos aparecem simultaneamente na história da
revelação, mas sucessivamente. (...)”[5]
O sabelianismo nega a Trindade e a humanidade de
Cristo, que possuía apenas a aparência de homem. Esse conceito deve ser
prontamente combatido pelos cristãos, pois é contrário ao ensino exposto nas
Escrituras Sagradas. A Bíblia contém vários textos que mostram a Trindade
conjuntamente em ação, como na criação, na promessa do envio do Filho
encarnado, no batismo de Cristo, na ordem expressa da fórmula batismal etc.
Além disso, desde a encarnação, o Filho possui integralmente as duas naturezas,
a divina e a humana. Cristo não deixou dúvidas quanto à sua humanidade, quando,
por exemplo, apareceu aos discípulos e comeu com eles.
Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo;
apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes
que eu tenho. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, por não
acreditarem eles ainda, por causa da alegria, e estando admirados, Jesus lhes
disse: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então, lhes apresentaram um pedaço
de peixe assado (e um favo de mel). E ele comeu na presença deles. Lc 24.39-43
3.2. CONCEITO BÍBLICO
A Confissão de Fé de Westminster expressa com
clareza o que os cristãos creem a respeito da Trindade:
III. Na unidade da Divindade, há três Pessoas de uma
mesma substância, poder e eternidade – Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o
Espírito Santo. O Pai não é gerado nem procedente de outro ser; o Filho é
eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e
do Filho.[6]
As Escrituras afirmam que Deus é somente um em seu
Ser, essência e natureza.
Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
Dt 6.4
Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios
creem e tremem. Tg 2.19
Neste único Ser divino há três Pessoas, o Pai, o
Filho e o Espírito Santo. Como já vimos, não são três deuses distintos e também
não são três manifestações divinas, mas sim um Deus que subsiste em três Pessoas,
e cada uma dessas pessoas possui integralmente todo o Ser de Deus, que é
indivisível.
“(...) Portanto, aqueles cujo coração tiver sobriedade
e que se contentarem com a medida de fé, recebam, em poucas palavras, o que é
útil de se conhecer, isto é, quando professamos crer em um só e único Deus,
pelo termo Deus entende-se uma essência única e simples, em que compreendemos
três pessoas sem especificação, designam-se não menos o Filho e o Espírito que
o Pai; quando, porém, o Filho é associado ao Pai, então se interpõe a relação,
e com isso fazemos distinção entre as pessoas. Mas, uma vez que as propriedades
específicas implicam em si uma gradação nas pessoas, de sorte que no Pai
estejam o princípio e a origem, sempre que se faz menção, simultaneamente, do
Pai e do Filho, ou do Espírito, se atribui ao Pai, de modo peculiar, o termo
Deus. Desse modo retém-se a unidade de essência e tem-se em conta a ordem de
gradação, o que, entretanto, nada detrai da divindade do Filho e do Espírito.
(...)”[7]
As Escrituras apresentam certa ordem quando à
existência da essência divina. A primeira pessoa da Trindade é o Pai, a segunda
pessoa é o Filho e a terceira pessoa é o Espírito Santo. O Pai não procede de
nenhum outro ser, o Filho é eternamente gerado do Pai e o Espírito é
eternamente procedente do Pai e do Filho.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de
graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
(...) Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é
quem o revelou. Jo 1.14,18
Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei
da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho
de mim. Jo 15.26
vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a
lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos,
enviou Deus ao nosso coração o Espírito do seu Filho, que clama: Aba, Pai. Gl
4.4-6
(...) O Pai não é gerado por nenhuma das outras duas
pessoas, nem delas procede; o Filho é eternamente gerado pelo Pai, e o Espírito
procede do Pai e do Filho desde toda a eternidade. A geração e processão
ocorrem dentro do Ser divino, e implicam certa subordinação quando ao modo da
subsistência pessoal, não porém subordinação no que se refere à posse da
essência divina. (...)”[8]
4. DISTINÇÕES ENTRE AS TRÊS PESSOAS
4.1. PAI
É a primeira Pessoa da Trindade. Ele não é gerado
nem procede de nenhum outro ser. As Escrituras ensinam que em algumas obras da
Trindade o Pai está em evidência: 1- nas obras da criação e da providência (1Co
8.6); 2- no planejamento da obra da redenção (Ef 1.3-6); 3- na representação da
Trindade no Conselho da Redenção, cujo Ser santo e justo, cujo direito foi
violado (Jo 6.37-38).
4.2. FILHO
É a segunda Pessoa da Trindade e é gerado
eternamente do Pai. Essa filiação não significa que o Filho passou a existir em
um momento histórico, pois trata-se de um ato atemporal, eterno.
“(...) É o ato eterno e necessário da primeira pessoa
da Trindade, pelo qual ele, dentro do Ser divino, é a base de uma segunda
subsistência pessoal, semelhante à Sua própria, e dá a essa segunda pessoa
posse da essência divina completa, sem nenhuma divisão, alienação ou mudança.
(...)”[9]
A divindade do Filho foi um dos primeiros grandes
temas enfrentados pela igreja cristã. Entretanto, não há margem para dúvidas,
pois as Escrituras são absolutamente claras a este respeito: o Filho é Deus da
mesma forma que o Pai. Esta verdade está clara tanto no Antigo Testamento (Is
9.6; Mq 5.2) como no Novo Testamento (Mt 1.23; Jo 1.1-3. Tt 2.13; 2Pe 1.1).
O Filho está em evidência em algumas obras da
Trindade: 1- todas as coisas são criadas e mantidas pelo Filho (Hb 1.2-3); 2- é
o executor do plano da redenção, por meio da encarnação, sofrimento, morte e
ressurreição (Sl 40.7-8).
4.3. ESPÍRITO
É a terceira Pessoa da Trindade, e é eternamente
procedente do Pai e do Filho. Assim como a filiação da segunda Pessoa em
relação à primeira Pessoa, essa procedência é um ato atemporal e eterno.
“(...)
É o terno e necessário ato da primeira e da segunda pessoas da Trindade pelo
qual elas, dentro do Ser Divino, vêm a ser a base da subsistência pessoal do
Espírito Santo, e propiciam à terceira pessoa a posse da substância total da
essência divina, sem nenhuma divisão, alienação ou mudança. (...)”[10]
O Espírito Santo não é apenas uma força ou
energia utilizada por Deus para cumprir os seus propósitos, Ele é uma Pessoa
assim como o Pai e o Filho. O Rev. Heber Carlos de Campos, em seu livro “O Ser
de Deus e Seus atributos”, elenca algumas atitudes próprias de uma pessoa que o
Espírito faz:
- Convence pessoas: Jo 16.8-11
- Guia pessoas à verdade: Jo 16.13
- Consola pessoas: Jo 14.16; 15.26; 16.7
- Tem sentimentos: Ef 4.30
- Inspira pessoas: 1Pe 1.11; 2Pe 1.21
Além de ser uma Pessoa divina, o Espírito
Santo é Deus da mesma forma que o Pai e o Filho.
Então,
disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando
parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido,
não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus. At
5.3-4
Elencamos abaixo algumas evidências destacadas
pelo Rev. Heber a respeito da divindade da terceira Pessoa da Trindade:
- Recebe um nome divino: 2Co 3.17,18
- Possui atributos divinos: onipresença (Sl
139.7,8), onisciência (1Co 2.10,11)
- Faz coisas próprias da divindade: comunica
vida aos pecadores (Jo 3.5-6), santifica os pecadores (1Pe 1.2).
O Espírito Santo aparece em evidência em
algumas obras da Trindade: 1- na geração da vida (Sl 33.6); 2- na inspiração
geral e qualificação dos homens (Ex 28.3; 1Sm 16.13-14); 3- no preparo e
qualificação de Cristo para a obra mediadora (Lc 1.35); 4- na inspiração das
Escrituras (2Pe 1.21); 5- na formação, aumento, ensino e direção da igreja (1Co
3.16; At 5.32).
5. IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA
Apesar de ser um mistério à compreensão
humana, a doutrina da Trindade é fundamental para a igreja cristã. Crer nesta
verdade é a única forma de ter uma correta noção sobre quem Deus é e o que Ele
fez e faz, pois esta doutrina revela o Deus verdadeiramente vivo e afasta as
terias equivocadas a respeito do Ser divino.
Crer nesta verdade é a única forma de
compreender corretamente as obras maravilhosas da graça divina, desde a criação
até a promessa da volta gloriosa de Cristo, passando pela encarnação, expiação,
justificação, redenção. Sem a Trindade, todas essas obras não se sustentam,
pois Cristo seria apenas um homem e não teria condições de sequer salvar-se a
si próprio, muito menos salvar todos os seus filhos.
“(...)
Na doutrina da Trindade sentimos o batimento cardíaco de toda a revelação de
Deus para a redenção da humanidade. Prefigurada no Antigo Testamento, ela só
veio à plena luz em Cristo. A religião não pode se satisfazer com menos do que
o próprio Deus. Em Cristo, o próprio Deus vem a nós, e, no Espírito Santo, ele
se comunica a nós. A obra de recriação é totalmente trinitária. De Deus, por
meio de Deus e em Deus são todas as coisas. A recriação é uma obra divina do
início ao fim, mas pode ser descrita em termos de três agentes: ela é
plenamente realizada pelo amor do Pai, pela graça do Filho e pela comunhão do
Espírito Santo. A vida de fé de um cristão, portanto, aponta para os três
princípios gerativos. (...)”[11]
Crer nesta verdade deve nos levar a uma vida
de intensa adoração a Deus, como forma de gratidão por sua obra maravilhosa em
nossas vidas.
“(...)
XVIII. O artigo da Trindade não é apenas teórico, mas é também prático, porque
contribui para a gratidão e para a adoração divina. Assim dedicamos nossa fé e
serviço ao Deus triúno que se nos revelou. Também contribui para a consolação,
de modo que sabemos que Cristo realmente nos redimiu e que nossa salvação está
posicionada com toda segurança. (...)”[12]
6. BIBLIOGRAFIA
BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada: volume 1;
traduzido por Vagner Barbosa. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática;
traduzido por Odayr Olivetti. 4ª Edição Revisada. São Paulo: Cultura Cristã,
2012.
CALVINO, João. As Institutas;
tradução de Waldir Carvalho Luz. 2ª edição. São Paulo: Cultura Cristã. 2006.
CAMPOS, Heber Carlos de. O Ser de Deus e Seus Atributos.
2ª Edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
CONFISSÃO DE FÉ DE
WESTMINSTER.
TURRENTINI, François. Compêndio de Teologia
Apologética: volume 1; traduzido por Valter Graciano Martins. São Paulo:
Cultura Cristã, 2011.
[1] TURRENTINI, François. Compêndio de Teologia
Apologética: volume 1; traduzido por Valter Graciano Martins. São Paulo:
Cultura Cristã, 2011, p.359.
[2] BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada: volume 1;
traduzido por Vagner Barbosa. São Paulo: Cultura Cristã, 2012., p.307.
[3] Credo Atanasiano, 9-18, in: BAVINCK, Herman. Idem.
[4] TURRENTINI, François. Idem., p.351.
[5] CAMPOS, Heber Carlos de. O Ser de Deus e Seus
Atributos. 2ª Edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, p.123.
[6] Confissão de Fé de Westminster, Capítulo II.III
[7] CALVINO, João. As Institutas;
tradução de Waldir Carvalho Luz. 2ª edição. São Paulo: Cultura Cristã. 2006,
p.142.
[8] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática;
traduzido por Odayr Olivetti. 4ª Edição Revisada. São Paulo: Cultura Cristã,
2012, p.84.
[11] BAVINCK, Herman. Idem., p.307.
[12] TURRENTINI, François. Idem., p.349.
A Doutrina Cristã que Diz que Deus é Uno e Trino é ensinada na Bíblia Sagrada.
ResponderExcluirContudo para nós existe um só Deus: o Pai. Dele tudo procede, e para ele é que existimos. E há um só Senhor, Jesus Cristo, por quem tudo existe e por meio do qual também nós existimos
( BíbliaSagradaEdiçãoPastoral – 1 Corintios 8 :6 )
No Princípio era O Verbo ,E O Verbo estava Com Deus e O Verbo Era Deus.
(João 1:1 )
O Pai e eu somos um.»
( Bíblia Sagrada Edição Pastoral – João 10.30 )
Tomé respondeu a Jesus :”Meu Senhor e Meu Deus !”
( Bíblia Sagrada Edição Pastoral-João 20:28 )
Aguardando a Nossa Bendita esperança, A Manifestação Da Glória Do Nosso Grande Deus e Salvador, Cristo Jesus.
( Biblia De Jerusalém – Tito 2:13 )
Ouça,Israel! Javé Nosso Deus é o Único Javé.
( Bíblia Sagrada Edição Pastoral-Deuteronómio 6:4 )
Para Nós Cristãos Existe Um só Deus que é Uno e Trino, O Pai do Universo, O Deus Vivo que Vive Para Sempre e Seu Nome é Javé ( Hebraico: Yahvé ) .O Soberano Senhor do Universo.A Doutrina Da Santíssima Trindade é Totalmente Cristã e Bíblica.