quarta-feira, 22 de julho de 2015

O novo nascimento - Nicodemos e Jesus


- Introdução
- A importância político-religiosa de Nicodemos (v.1)
- O momento do encontro com Jesus (v.2)
- O conceito de Nicodemos sobre Jesus – convicção humana (v.2)
- Conceitos equivocados sobre quem é Deus
- A resposta de Jesus e a necessidade do novo nascimento (v.3)
- Conceitos equivocados sobre o novo nascimento
- A réplica de Nicodemos – ironia (v.4)
- A explicação ampliada por Jesus (vs.5-8)
- A convicção humana destruída – a dúvida de Nicodemos (v.9)
- Jesus se apresenta como o Deus encarnado e Salvador (vs.10-14)
- Conclusão
- Referências bibliográficas



INTRODUÇÃO


Definir o Ser de Deus sempre foi um objetivo dos homens. Desde o início da criação o ser humano sempre tentou compreender o Ser e as obras de Deus de acordo com sua própria inteligência e capacidade de raciocínio.

Contudo, as Escrituras Sagradas são claras ao afirmarem que o pecado provocou separação entre o Criador e a criatura, e afetou drasticamente todas as áreas do homem, corpo e alma, mente e coração. Desde então, o homem não é capaz de compreender Deus, muito menos de defini-lo e de relacionar-se com Ele da forma que O agrada.

Nicodemos não compreendia tais verdades, e sua conversa com Jesus foi determinante para a transformação operada por Deus em sua vida, o novo nascimento que somente o Deus Salvador pode nos dar, o ponto de partida para a nova vida vivida em Cristo e para Cristo.



A IMPORTÂNCIA POLÍTICO-RELIGIOSA DE NICODEMOS (v.1)

Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Jo 3.1


O texto bíblico nos apresenta um homem chamado Nicodemos, que era fariseu e um dos principais dos judeus.

Os fariseus eram uma ala conservadora do judaísmo, muito respeitada na comunidade por seu grande conhecimento da lei e por sua disciplina rígida e prática de boas obras. A palavra “fariseu” significa “separado ou afastado”.

Nicodemos era “um dos principais dos judeus”, o que nos leva a crer que ele fazia parte do Sinédrio, grupo de 70 ou 72 homens que governavam o país em sujeição ao domínio romano. Logo, ele fazia parte tanto da elite religiosa como política do seu povo, sendo que o próprio Jesus o chamou de “mestre em Israel” (Jo 3.10).



O MOMENTO DO ENCONTRO COM JESUS (v.2)

Este, de noite, foi ter com Jesus (...). Jo 3.2a


Por que o escritor bíblico enfatiza que o encontro ocorreu à noite?

Muitos pensam que esse encontro ocorreu à noite porque ele tinha medo ou vergonha de ser visto conversando com Jesus, já que Nicodemos era um doutor da lei, grandemente respeitado por sua sabedoria, e Jesus era tido apenas como um pregador “estranho” (da Galileia) ainda pouco conhecido.

Porém, essa não parece ser a melhor interpretação para a passagem.

Se observarmos o Evangelho de João, veremos que o autor gosta de utilizar o contraste entre luz e trevas, dia e noite.

Ele [Judas], tendo recebido o bocado, saiu logo. E era noite. Jo 13.30


Neste texto, está claro que a ênfase dada ao período cronológico do tempo foi feita para caracterizar, também, o estado espiritual de trevas de Judas Iscariotes. Seguem outros textos que demonstram esse contraste:

É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Jo 9.4

Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz. Jo 11.9-10


Logo, parece que o mesmo vale para o texto de Jo 3.2, ou seja, “de noite” aponta para o estado espiritual de confusão de Nicodemos ao visitar Jesus, e não para justificar eventuais preocupações sociais dele.



 O CONCEITO DE NICODEMOS SOBRE JESUS – CONVICÇÃO HUMANA (V.2)

(...) Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Jo 3.2-3


Um olhar apressado sobre esse versículo pode nos levar a concluir que Nicodemos foi gentil e respeitoso ao chamar Jesus de mestre e reconhecê-lo como alguém que fazia milagres vindos do próprio Deus.

Não parece uma boa definição de Jesus?

Por outro lado, a resposta de Jesus parece dura e desconexa. Parece que Nicodemos falou de um assunto e Jesus respondeu sobre outro.

Como entender esse diálogo?

(...) Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus


Nicodemos começou seu diálogo dizendo: “(nós) sabemos”. Não há qualquer indício no texto bíblico que Nicodemos estivesse acompanhado, logo, por que ele disse “sabemos”?

“É quase impossível evitar a conclusão de que, em todo o respeito formal que Nicodemos mostrou para com Jesus, há um pequeno elemento de autoimportância: “Rabi, nós o temos examinado e observamos que você não é um mestre religioso ordinário. Há inúmeros charlatães por aí, os quais declaram que fazem milagres, mas são fraudulentos, passageiros ou irracionais. Mas observamos o tipo de coisa que você faz e não podemos negar que isso é miraculoso. A única explicação é que isso é de Deus. Por isso, chegamos à conclusão de que você é um mestre vindo da parte de Deus”. Este parece ser o significado das palavras de Nicodemos.”
Donald A. Carson, O Deus Presente – Encontrando seu lugar no plano de Deus; traduzido por Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos: Editora Fiel. 2012. p. 177


O elogio formal feito por Nicodemos demonstra um leve sentimento de superioridade dele para com Jesus. Nicodemos se via como o doutor da lei (juntamente com seus pares fariseus), capaz de avaliar as obras e o próprio caráter dos profetas para “decidir” quem vinha da parte de Deus e quem era impostor.



CONCEITOS EQUIVOCADOS SOBRE QUEM É DEUS


Tal qual Nicodemos, muitas pessoas pensam conhecer Deus apenas porque veem alguns de Seus atributos e obras ao longo da vida. Outros pensam conhecê-lo porque alegam ter passado por “experiências místicas”, nas quais foram tomadas por sensações “indescritíveis” advindas de um estado superior e momentâneo de religiosidade.

Tais situações, em geral, levam tais pessoas a descreverem Deus de três formas.

1- O avô supermanso
Deus é um cavaleiro benevolente, que tem uma barba longa e esvoaçante, cuja tarefa primordial é ser bom. É como um avô de suspensórios sentado na praça e distribuindo balinhas para as crianças. “Deus é bom. Ele certamente perdoará.”

2- O Deus distante
Deus é muito grande, muito maior do que tudo que existe. Ele é tão grande que não tem tempo para se preocupar com sua criação. Deus criou o universo, o colocou para funcionar como um grande relógio e virou as costas para ele.

3- O Deus carente
Se você precisa de alguma bênção, basta agradar a Deus que ele te recompensará. É o modelo de “troca de favores”. Eu vou à Igreja duas vezes por semana e Deus me dá um bom emprego. Eu oro uma vez por dia e Deus me dá saúde. Eu leio a Bíblia quando preciso, Deus fica feliz e me dá algum “presentinho” em troca.

Extraído e adaptado de: Donald A. Carson, O Deus Presente – Encontrando seu lugar no plano de Deus; traduzido por Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos: Editora Fiel. 2012. p. 61-65 



A RESPOSTA DE JESUS E A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO (V.3)


Não é possível ter certeza sobre qual “tipo” de Deus Nicodemos tinha em mente, mas a resposta de Jesus nos deixa claro que não era o verdadeiro Deus de Israel, o “EU SOU” de Ex 3.14.

Ciente do que se passava na mente e no coração de Nicodemos, Jesus destrói a convicção humana dele com uma resposta curta, mas firme e direta.

“(...) Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...)”

Os homens podem ver os milagres, os sinais, mas certamente não podem ver o reino de Deus se não nascerem de novo. Jesus deixa claro que ninguém pode compreender Sua obra redentora se não for transformado pela graça de Deus.



CONCEITOS EQUIVOCADOS SOBRE O NOVO NASCIMENTO


Ter uma noção equivocada sobre Deus inevitavelmente nos levará a buscar um relacionamento com Ele da forma e pelos motivos errados.

Muitos pensam e vivem como se o “novo nascimento” fosse apenas um compromisso formal assumido em alguma Igreja, uma nova religião disponível, ou talvez algumas práticas moralmente positivas que são praticadas e outras negativas que são evitadas. Para agradar a Deus, basta abandonar algumas coisas e se apegar a outras que estará tudo em ordem.

Mas não é isso que as Escrituras Sagradas nos dizem.

“Em contraste, o pensamento dos escritores do Novo Testamento é algo assim: o novo nascimento é uma regeneração poderosa, realizada por Deus mesmo, na vida humana; é tão poderosa que os nascidos de novo são necessariamente transformados. A consequência é que os cristãos professos cujas vidas são indistinguíveis da vida dos incrédulos, não têm fundamento bíblico para pensar que nasceram de novo.”
Donald A. Carson, O Deus Presente – Encontrando seu lugar no plano de Deus; traduzido por Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos: Editora Fiel. 2012. p. 175



A RÉPLICA DE NICODEMOS – IRONIA (V.4)

Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Jo 3.4


Alguns pensam que Nicodemos não compreendeu a resposta, pois pensou que Jesus tinha falado de forma literal. Mas isso não faz sentido. Como já dito, Nicodemos era um dos principais mestres de Israel, profundo conhecedor da lei de Deus, e, portanto, plenamente capacitado para entender que Jesus utilizou uma figura de linguagem em sua resposta.

É mais razoável admitir que Nicodemos replicou com ironia, pois, para ele, o que Jesus estava prometendo era completamente impossível. “Nascer de novo”? “Começar a vida do zero, mesmo já adulto, com uma nova mente e novo coração capazes de ouvir, compreender e atender a vontade de Deus”? Não, não, certamente ninguém pode prometer isso.

“É fácil prometer uma porção de coisas. Você pode prometer que alguns terão um novo começo; pode prometer satisfação no casamento. Pode dizer: ‘Se você quer ficar rico, siga-me.’ Você pode prometer todo tipo de coisa, mas o que você está prometendo está além do possível. Você está prometendo demais. Um novo começo? Um novo nascimento? Como alguém pode começar tudo de novo? O tempo não volta atrás, exceto em algumas histórias fictícias. Você não pode retornar ao ventre de sua mãe e ter um novo começo de vida. Você está prometendo demais. Como um homem pode nascer de novo?
(...)
Jesus, você está estimulando o impossível. Não há novo começo. Não há novo nascimento. Você pode ser o Messias, mas agora está prometendo demais.”
Donald A. Carson, O Deus Presente – Encontrando seu lugar no plano de Deus; traduzido por Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos: Editora Fiel. 2012. p. 179-180



A EXPLICAÇÃO AMPLIADA POR JESUS (VS.5-8)

Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito. Jo 3.5-8


Alguns dizem que Jesus se referiu a dois nascimentos: o da água como o nascimento carnal e o do Espírito como o novo nascimento propriamente dito.

Essa não parece ser a melhor interpretação. Isso porque, ao analisarmos com atenção o texto, vemos que a segunda resposta de Jesus (v.5) reforça e amplia a primeira resposta dada a Nicodemos (v.3).


Em verdade, em verdade, te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Jo 3.3

Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. Jo 3.5


A ideia nos dois textos é a mesma: é necessário “nascer de novo”, que corresponde a “nascer da água e do Espírito”, para ver e entrar no reino de Deus. Não são dois nascimentos diferentes, mas um só, o novo nascimento que Jesus promete.

Essa ligação entre água e Espírito também existe no Antigo Testamento, e um dos textos mais evidentes a este respeito é Ezequiel 36.24-28.

Tomar-vos-ei de entre as nações, e de perante elas. Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus. Ez 36.24-28


O novo nascimento apresentado por Jesus é a regeneração do homem perdido, é transformação da natureza do homem (mente e coração), de forma que, após esse ato de Deus, o homem passa a se mover em direção a Deus.

“Regeneração é o ato de Deus pelo qual o princípio da nova vida é implantado no homem, e a disposição dominante da alma se faz santa, e o primeiro exercício santo desta nova disposição é assegurado.”
Louis Berkhof, Teologia Sistemática; traduzido por Odayr Olivetti. 4ª edição. Revisada. São Paulo: Cultura Cristã. 2012. p. 432



A CONVICÇÃO HUMANA DESTRUÍDA – A DÚVIDA DE NICODEMOS (V.9)

Então, lhe perguntou Nicodemos: Como pode suceder isso? Acudiu Jesus: Tu és mestre em Israel e não compreendes essas coisas? Jo 3.9


A explicação mais detalhada de Jesus sobre o novo nascimento fez com que a convicção e ironia de Nicodemos se transformassem em dúvida. “Como tudo isso é possível?”, pensava ele àquela altura da conversa.

Mais uma vez podemos perceber como o conhecimento humano é limitado e totalmente insuficiente para compreender o Ser e as obras de Deus. Nicodemos começou a conversa confiante, até levemente arrogante, tentou ser irônico para manter sua aparente superioridade, mas agora estava confuso, perdido, pois todo o seu conhecimento não foi suficiente para entender a mensagem de Jesus.

O grande mestre humano de Israel estava em apuros.



JESUS SE APRESENTA COMO O DEUS ENCARNADO E SALVADOR (VS.10-14)

Em verdade, em verdade te digo que  nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto; contudo, não aceitais o nosso testemunho. Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais? Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem [que está no céu]. E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Jo 3.10-15


Nicodemos começou a conversa falando no plural, mas agora é Jesus que usa o pronome “nós”. Calvino entende que Jesus falou em nome Dele mesmo e de todos os profetas que O predisseram, por isso usou “nós”.

Jesus usou o jogo de palavras proposto pelo próprio Nicodemos para mostrar que seu “nós” (Ele mesmo e os profetas de Deus até João Batista) era bem maior e mais importante que o “nós” de Nicodemos (os mestres fariseus).

Em seguida, Jesus se apresenta claramente como o Verdadeiro Deus Encarnado, o único que pode prometer e executar a regeneração, o novo nascimento.

Assim como a serpente foi levantada no deserto por Moisés, e livrou temporariamente os israelitas da morte, Jesus seria levantado no madeiro, mas desta vez para prover a libertação definitiva dos eleitos do caminho do inferno. Somente pelos méritos santos de Jesus Cristo é que podermos ver e entrar no Reino de Deus.

Neste ponto, você pode concluir que já sabia onde tudo isso ia dar. Talvez você tenha aprendido uma ou outra “curiosidade bíblica”, mas no final não viu nada de novo nessa exposição. Correto?

Se você respondeu “sim”, precisa repensar sua vida cristã e seu “novo nascimento”.



CONCLUSÃO

Nicodemos foi extraordinariamente impactado com a conversa que teve com Jesus. Deus foi gracioso ao transformar sua mente e seu coração, e, por isso, essa conversa mudou sua vida em todas as áreas.

Nicodemos entendeu que Deus não é um avô supermanso e nem mesmo um Deus distante ou carente, mas é o Soberano do Universo e o Deus-Pessoal que resolveu se relacionar de forma amorosa com seus filhos.

Da mesma forma que com Nicodemos, o novo nascimento em Jesus nos permite compreender biblicamente quem é Deus e nos leva a ter sede por conhecê-lo mais para adorá-lo melhor.

Se alguém diz que passou pelo novo nascimento, mas não tem desejo ardente de conhecer e adorar a Deus mais e melhor, certamente está se enganando e buscando experiências religiosas distantes do Deus bíblico.

O novo nascimento transforma o homem por inteiro, a fim de que seu principal objetivo seja adorar a Deus em todas as áreas de sua vida.


“Esses homens e mulheres de todas as classes da sociedade e de nacionalidade foram admitidos pelo próprio Deus à comunhão com a majestade de seu ser eterno. Graças a esta obra de Deus no coração, a convicção de que o todo da vida do homem deve ser vivido como na presença divina tem se tornado o pensamento fundamental do Calvinismo. Por esta ideia decisiva, ou melhor, por este fato poderoso, ele tem se permitido ser controlado em cada departamento de seu domínio inteiro.”
Abraham Kuyper; Calvinismo; traduzido por Ricardo Gouvêa; Paulo Arantes; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2014; pág. 34


“Ser irreligioso é abandonar o propósito mais alto de nossa existência. Por outro lado, não cobiçar outra existência senão a vivida para Deus, não ansiar por nada exceto a vontade de Deus, e estar totalmente absorvido na glória do nome do Senhor, isto é a essência e o cerne de toda verdadeira religião. “Santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade”, é a tripla petição, que dá expressão à verdadeira religião. Nossa senha deve ser – “Buscai primeiro o reino de Deus”, e depois disto pense em suas próprias necessidades. Primeiro permanece a confissão da absoluta soberania do Deus Trino; pois dele, através dele e para ele são todas as coisas. E por isso, nossa oração continua a mais profunda expressão de toda a vida religiosa.”
Abraham Kuyper; Calvinismo; traduzido por Ricardo Gouvêa; Paulo Arantes; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2014; pág. 56



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BERKHOF, L.; Teologia Sistemática; traduzido por Odayr Olivetti. 4ª edição. Revisada. São Paulo: Cultura Cristã. 2012. 720p.

BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. 1920p.

CARSON, D.A.; O Deus Presente – Encontrando seu lugar no plano de Deus; traduzido por Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos: Editora Fiel. 2012. 317p.

KUYPER, A.; Calvinismo; traduzido por Ricardo Gouvêa; Paulo Arantes; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2014; 208p.


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