terça-feira, 9 de setembro de 2014

Soberania de Deus na salvação - aula 03 - Total depravação do homem: consequências da queda


SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO


AULA 03

TOTAL DEPRAVAÇÃO DO HOMEM:
CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA



TÓPICOS DA AULA


- Consequências da queda;

- Relação entre o homem e o pecado;

- Situação do homem ao nascer.



Consequências da queda:

1- A própria queda:

“A queda de Adão apresenta-se como a maior e a mais digna de castigo se considerarmos, primeiramente, a altura que ele ocupava, a imagem divina na qual foi criado; então, a simplicidade do mandamento, e a tranquilidade de obedecê-lo, na abundância de todos os tipos de frutos do paraíso; e, finalmente, a sanção do mais terrível castigo do se Criador e mais formidável Benfeitor.”
Philip Schaff, History of the Christian Church, 8 vols. (1907-10); Grand Rapids: Eerdmans, 1952-53), 3:825 in R. C. Sproul. Sola Gratia; traduzido por Denise Pereira Ribeiro Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, pág. 50.


2- A perda da liberdade:

“Na criação, o homem tinha uma inclinação positiva para o bem e para amar a Deus. Embora fosse possível que o homem pecasse, não havia necessidade moral para que agisse assim. Como resultado da queda, o homem passou a ser escravo do mal. A vontade caída tornou-se uma fonte do mal no lugar de uma fonte do bem.”
R. C. Sproul. Sola Gratia; traduzido por Denise Pereira Ribeiro Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, pág. 51.


Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. Jo 8:34


3- A obstrução do conhecimento:

A capacidade de raciocínio e de compreensão do homem era muito maior antes da queda, pois não estava obscurecida pelo pecado. Após a queda, o homem tem que se esforçar bem mais para afastar as influências negativas do pecado e pensar de forma sadia.


Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. Ef 4:17-19

E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; eles, todavia, não irão avante; porque a sua insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles. II Tm 3: 8-9


“Dois fatores principais estão envolvidos aqui. O primeiro é o enfraquecimento do poder da mente e de sua faculdade de pensamento. O segundo é a influência negativa da predisposição pecaminosa e do preconceito, especialmente com relação ao nosso entendimento do bem e de Deus. A Escritura fala da nossa mente sendo “obscurecida” e “réproba”. Recusamos ter Deus em nosso pensamento. Não se trata de um lapso mental isolado, mas um lapso moral ao extremo.”
R. C. Sproul. Sola Gratia; traduzido por Denise Pereira Ribeiro Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, pág. 51.


4- A perda da graça de Deus:

“Na criação, Deus proveu o homem com um adjutorium, uma assistência graciosa certa para o bem. Após a queda, Deus retirou da criatura essa graça assistente. Num sentido, o homem foi entregue ao pecado, para seguir os planos maus da sua mente. Seu coração é agora cheio de dolo e seus desejos são continuamente maus. Com certeza ainda permanece uma graça pela qual Deus, por meio da sua lei e providência, contém o mal humano. Ele o mantém sob controle até um certo ponto. Mas esse freio divino não é a assistência positiva da graça para o bem mas um freio negativo do mal.”
R. C. Sproul. Sola Gratia; traduzido por Denise Pereira Ribeiro Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, pág. 51.


5- A perda do paraíso:

O homem e a mulher foram expulsos do lugar no qual gozavam da presença e da comunhão com Deus, além de terem sido amaldiçoados pelo próprio Deus.

Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente. O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora formado. E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida. Gn 3:22-24


6- A presença da concupiscência:

Concupiscência: desejo, inclinação para a sensualidade e para os prazeres da carne.

Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado. Rm 7:8

Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procedem do Pai, mas procede do mundo. I Jo 2:15-16


7- A morte física:

E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim poderás comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Gn 2:16-17


O homem morreu fisicamente no momento em que pecou?

A queda representou a morte espiritual e também a morte física do homem. No momento em que Adão e Eva pecaram, eles começaram a morrer fisicamente.


“Agostinho disse que, para Adão e Eva, a morte física não foi totalmente adiada até que respirassem seu último fôlego. A morte física começou no momento em que transgrediram. A partir daquele momento, as ruínas da morte – envelhecimento, declínio físico e doenças – acompanharam a vida humana. Desde o pecado de Adão, cada bebê nasce em meio às dores de parto. Com as dores do parto e o primeiro choro do infante, o processo da morte é inaugurado. Toda vida é parte desse processo. A vida marcha inexoravelmente em direção à sepultura. Esse é o preço do pecado.”
R. C. Sproul. Sola Gratia; traduzido por Denise Pereira Ribeiro Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, pág. 52.


8- A culpa hereditária (o pecado original):

Como vimos na aula anterior, a queda de Adão gerou consequências a todos os seus descendentes, que já nascem com a natureza pecaminosa.

“O pecado original significa que o pecado não é meramente uma ação, mas também uma condição transmitida de nossos primeiros pais para cada um de nós. O pecado é um habitus, algo que “habita” a nossa natureza humana. Esse estado, condição ou hábito de pecar continua através da procriação, de geração em geração.”
R. C. Sproul. Sola Gratia; traduzido por Denise Pereira Ribeiro Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, pág. 53.


Consequências da queda:

1- A própria queda
2- A perda da liberdade
3- A obstrução do conhecimento
4- A perda da graça de Deus
5- A perda do paraíso
6- A presença da concupiscência
7- A morte física
8- A culpa hereditária (o pecado original)


Relação entre o homem e o pecado:

O homem antes da  queda
O homem depois da queda
O homem renascido
O homem glorificado
Capaz de pecar
Capaz de pecar
Capaz de pecar
Capaz de não pecar
Capaz de não pecar
Capaz de não pecar
Incapaz de não pecar
Incapaz de pecar



Situação do homem após o nascimento:

- Morto em seus delitos e pecados (= morto espiritualmente);
- Afastado de Deus;
- Preso ao pecado (não possui liberdade);
- Escravo de Satanás;
- Condenado ao inferno.


Ninguém é bom, senão um, que é Deus. Lc 18:19b

Não há justo, nem um sequer,
não há quem entenda, não há quem busque a Deus;
todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis;
não há quem faça o bem, não há nenhum sequer.
A garganta deles é sepulcro aberto;
com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios;
a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura;
são os seus pés velozes para derramar sangue,
nos seus caminhos, há destruição e miséria;
desconheceram o caminho da paz.
Não há temor de Deus diante de seus olhos. Rm 3:10-18


CONCLUSÕES

- A queda gerou gravíssimas consequências para o homem: a própria queda; a perda da liberdade; a obstrução do conhecimento; a perda da graça de Deus; a perda do paraíso; a presença da concupiscência; a morte física; a culpa hereditária (o pecado original);

- O homem não regenerado é capaz de pecar e incapaz de não pecar;

- Situação do homem ao nascer: morto em seus delitos e pecados; afastado de Deus; preso ao pecado; escravo de Satanás; condenado ao inferno.


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