segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Salmo 100 - Adoração e serviço com alegria

  

Salmo de ações de graças 1Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. 2Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico. 3Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio. 4Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome. 5Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade.

 

1.  Introdução

 

Você é cristão há quanto tempo? E como está sua vida cristã?

Você é um cristão alegre ou frustrado? Feliz ou infeliz?

Você tem vindo à igreja, semana após semana, com ou sem alegria? Por mera obrigação ou tradição?

Quem é Deus para você? Por que você vem à igreja?

 

Esse preciso salmo nos levará a refletir a respeito de qual deve ser nossa atitude diante de Deus, de como devemos nos apresentar diante de Deus todos os dias.

 

2.  O livro dos Salmos

 

Conforme consta no comentário de Salmos na Bíblia de Estudo de Genebra, os salmos foram escritos com o propósito de “prover para Israel uma coletânea de cânticos para adoração adequada para diversas situações[1]”.

 

O pastor e escritor Palmer Robertson escreveu um livro chamado “A estrutura e teologia dos Salmos”, no qual ele defende que os Salmos foram organizados de forma intencional, com o objetivo de nos auxiliar a compreender o progresso da história da redenção.

 

“(...) Levar em conta a estrutura do saltério traz duas contribuições significativas para o processo interpretativo: (1) tem o potencial de descobrir conexões internas entre os vários salmos; e (2) fornece luz adicional para cada salmo individual com base nessa estruturação interna. Ambos os elementos têm o potencial de descobrir o significado mais rico do saltério como um todo, bem como em relação às suas várias partes. (...)[2]

 

O Salmo 100 está localizado no Livro IV, do qual fazem parte os Salmos 90-106.

 

Roberton afirma que essa parte dos Salmos destaca Deus como o Grande Rei de Israel e de todo o universo.

 

“O Livro IV concentra-se na realidade de que o próprio Deus é a habitação de seu povo e que Yahweh é seu Rei (...) Em vez de colocar toda a esperança em que a promessa da aliança quanto à perpetuidade da dinastia davídica será cumprida, a fé dos salmistas atingiu um nível de maturidade mais elevado. Em vez de destruir a fé, o exílio da nação para longe de Jerusalém e o estado vazio do trono dravídico produziram uma compreensão mais forte da certeza da fusão do trono de Deus com o trono de Davi e, ao mesmo tempo, da dor, da luta interminável que acontecerá na plena realização dessa fusão (...)[3]

 

De forma mais específica, os Salmos 93-100 são conhecidos como “salmos reais”, em razão de sua especial ênfase em Deus como Rei.

 

3.  Salmo 100

 

O Salmo 100 não tem um autor conhecido.

Esse Salmo foi elaborado para ser cantado na entrada do povo em Jerusalém.

 

Estrutura:

1-3 – convocação à adoração

4-6 – instruções para a adoração

 

v. 1: Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras.

 

O Salmo começa com uma ordem: “Celebrai com júbilo ao SENHOR”.

 

Essa expressão pode ser traduzida como “gritar com grande força”.

 

Era uma expressão conhecida do povo de Israel, e estava relacionada com o tocar das trombetas para o ajuntamento da congregação ou para a preparação para a guerra (Nm 10.6,8; 2Cr 13.12).

 

A chegada da arca da aliança (1Sm 4.4) e a aclamação de Saul como rei (1Sm 10.24) foram “celebradas com júbilo” pelo povo.

 

O povo de Israel havia aprendido a adorar a Deus por meio das festas (Pães Asmos, Sega e Colheita – Ex 23.14-19) e dos sacrifícios ordenados pelo Senhor (Levíticos).

 

O termo SENHOR apontava para Yahwew (Jeová), que é o nome pessoal que revela o EU SOU, o Deus da aliança, que redimiu seu povo.

 

“(...) O nome Iavé indica uma eterna presença em um contexto de redenção, um Deus que cumpre as promessas do pacto feito com os antepassados na fé. Porque Deus é o EU SOU, o Deus sempre presente, suas promessas de salvação são eternas. É o nome que liga Deus aos filhos de Abraão. Esse nome enfatiza a relação infalível entre Deus e a descendência de Abraão para sempre, porque ele é o eterno “Eu Sou”. Convém lembrar que essa relação entre Deus e seu povo é sempre de caráter redentor. Iavé é o Deus da liberação! (...)[4]

 

Porém, ao invés de restringir a ordem de celebração apenas ao povo de Israel, o salmista ordena que “todas as terras” devem celebrar com júbilo ao Senhor.

 

“Todas as terras”: está relacionado com toda a criação. No princípio, criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1).

 

O Senhor é o criador e sustentador de toda a terra, e, portanto, toda a criação deve celebrar ao seu Santo Nome com júbilo. Essa é a ordem do primeiro versículo.

 

Toda a criação foi convocada para adorar ao Grande Rei e Criador, com gritos com força e vigor.

 

v. 2: Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico.

 

Além de celebrar ao Senhor com júbilo, toda a criação foi convocada para servir ao Senhor com alegria.

 

“Servir” está relacionado com o mandato cultural, ou seja, com a ordem dada por Deus ao homem para cultivar a terra (Gn 2.15).

 

Após a queda, esse verbo aparece ligado ao trabalho dos servos ou escravos. Ex: Jacó serviu a Labão por 14 anos para ter Raquel (Gn 29.20), o povo de Israel serviu ao Egito por 400 anos (Ex 1.13).

 

O salmista convoca toda a terra para servir ao Grande Rei, para cumprir a ordem dada por Deus, desde a criação, de servi-lo sempre, em todos os momentos.

 

Esse serviço não deveria ser realizado de qualquer forma. O Salmista convoca a criação para servir ao Senhor com alegria, para apresentar-se diante do Senhor com cânticos.

 

Como dissemos no início, os cânticos faziam parte do povo de Israel. O próprio Senhor ordenou a forma de construção do tabernáculo, e, posteriormente, do templo, e ordenou a existência de cantores e de músicos para o Seu serviço.

 

31São estes os que Davi constituiu para dirigir o canto na Casa do Senhor, depois que a arca teve repouso. 32Ministravam diante do tabernáculo da tenda da congregação com cânticos, até que Salomão edificou a Casa do Senhor em Jerusalém; e exercitavam o seu ministério segundo a ordem prescrita. 1Cr 6.31-32

 

O salmista convoca toda a terra para servir a Deus com alegria, com cânticos, ou seja, para dedicar ao louvor do Senhor as vozes, os pensamentos, todo o ser.

 

v. 3: Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio.

 

Neste versículo, o salmista ordena toda a criação a reconhecer três verdades: (1) Deus nos criou; (2) somos de Deus; (3) somos o povo de Deus.

 

O salmista ordena toda a criação a reconhecer que Deus é o Criador de todo o universo:

 

26Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. 27Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Gn 1.26-27

 

4Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento. 5Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? 6Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular, 7quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus? 8Ou quem encerrou o mar com portas, quando irrompeu da madre; 9quando eu lhe pus as nuvens por vestidura e a escuridão por fraldas? 10Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus ferrolhos e portas, 11e disse: até aqui virás e não mais adiante, e aqui se quebrará o orgulho das tuas ondas? Jo 38.4-11

 

12Quem na concha de sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos? Quem recolheu na terça parte de um efa o pó da terra e pesou os montes em romana e os outeiros em balança de precisão? 13Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? 14Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento? (...) 18Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele? Is 40.12-14,18

 

O salmista ordena toda a criação a reconhecer que toda a criação pertence a Deus:

 

5Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; 6vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. Ex 39.5-6

 

1Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. Sl 24.1

 

O salmista ordena toda a criação a reconhecer que Israel é o povo especial de Deus:

 

6Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra. 7Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, 8mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito. Dt 7.6-8

 

9Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; 10vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. 2Pe 2.9-10

 

Esses são motivos importantes que deveriam levar toda a criação e, em especial, o povo de Israel, a celebrar com júbilo ao Senhor.

 

v. 4: Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.

 

Após convocar toda a criação à adoração, o salmista para a dar instruções de como essa adoração deveria ser prestada.

 

“Entrai por suas portas”: essa expressão aponta para a importância da adoração a Deus no templo.

 

O povo foi convocado por Deus para levar ofertas (Ex 25.1-2), Deus ordenou como o tabernáculo deveria ser construído (Ex 40), Deus ordenou como o templo deveria ser construído (2Sm 7.12-13, 1Rs 6).

 

O tabernáculo e, posteriormente, o templo, eram os locais determinados por Deus para a adoração do povo em comunidade.

 

“Ações de graças”: está relacionado com as ofertas pacíficas que o povo deveria apresentar a Deus (Lv 7.11-12). Quando o rei Ezequias reestabeleceu o culto a Deus, determinou que fossem apresentadas ofertas de ações de graças (2Cr 29.31). Na dedicação dos muros de Jerusalém, Neemias ordenou que o povo adorasse com alegria (Ne 12.27).

 

“Render graças”: está relacionado com a confissão pela culpa e o pedido de perdão que o povo deveria apresentar, sempre que necessário (Lv 5.5, 16.21).

 

“Bendizer o nome”: está relacionado com o reconhecimento da própria bênção dada por Deus ao homem quando o criou (Gn 1.22). Na bênção sacerdotal (Nm 6.22-27), o sacerdote abençoaria o povo com as palavras dadas por Deus.

 

O povo deveria ter amor, ter prazer em ir ao templo para adorar ao Grande Rei, com ofertas pacíficas, com ofertas pela culpa e em louvor pelas bênçãos dadas por Deus.

 

v 5: Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade.

 

O salmista termina o Salmo ordenando toda a criação e, em especial, o povo de Israel, a celebrar e servir ao Senhor, porque ele é bom, misericordioso e fiel.

 

“O Senhor é bom”:  Rev. Heber assim define a bondade de Deus:

 

“(...) Podemos definir a bondade de Deus como a sua disposição favorável para com toda a sua criação. Todavia, a sua bondade se manifesta de um modo particular àqueles que foram feitos à sua imagem e semelhança (...)[5]

 

Interessante notar a expressão utilizada por Deus a respeito da criação, “eis que era muito bom” (Gn 1.31).

 

O Deus que é bom criou todas as coisas boas, e trabalha na redenção de seu povo escolhido, a fim de torna-lo novamente bom.

 

9Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 2Pe 2.9

 

O povo de Deus deve proclamar a bondade de Deus, deve adorá-lo por ser bom e deve viver de forma bondosa.

 

“A sua misericórdia dura para sempre”: o povo de Israel experimentou a misericórdia de Deus desde o chamado de Abraão. Moisés cantou a benignidade de Deus (Ex 15.13), intercedeu pela misericórdia de Deus (Nm 14.18) e exortou o povo a não se esquecer da misericórdia de Deus ao entra na terra prometida (Dt 7.12).

 

Essa expressão aponta para o fato de Deus não nos dar o que merecemos. Como pecadores que somos, merecíamos a ira e a condenação de Deus. Porém, Deus não nos tratou dessa forma, exclusivamente por ser misericordioso.

 

“(...) Podemos definir misericórdia como “a bondade de Deus ou o amor de Deus para com os que se encontram em miséria e angústia espirituais, sem levar em conta o fato de que eles a merecem (...)[6]

 

6Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre. Sl 23.6

 

22As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; 23renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. Lm 3.22-23

 

4Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, 5não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, 6que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, 7a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Tt 3.4-7

 

O povo de Deus deve proclamar a misericórdia de Deus, deve adorá-lo por ser misericordioso e deve viver de forma misericordiosa.

 

“De geração em geração, a sua fidelidade”: Moisés cantou a fidelidade de Deus (Dt 32.4). O Rei Josafá ordenou o povo a ser fiel a Deus (2Cr 19.9).

 

4Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto. Dt 32.4

 

9Deu-lhes ordem, dizendo: Assim, andai no temor do Senhor, com fidelidade e inteireza de coração. 2Cr 19.9

 

O Rev. Heber Carlos de Campos assim afirma sobre a fidelidade de Deus:

 

“(...) Quando a Bíblia diz que Deus é “fiel”, ela está afirmando que ele é verdadeiro em todas as suas afirmações. (...) Aquilo que Deus expressa externamente corresponde àquilo que ele é internamente. Todas as suas afirmações estão de pleno acordo com o seu ser. (...)[7]

 

23Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Hb 10.23

 

13se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo. 2Tm 2.13

 

O apóstolo João orienta a igreja de Esmirna a ser fiel até a morte, a fim de receber a coroa da vida.

 

Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Ap 2.10

 

O povo de Deus deve proclamar a fidelidade de Deus, deve adorá-lo por ser fiel e deve viver de forma fiel e verdadeira

 

4.  Conclusões

 

O Salmo 100 ordena toda criação a celebrar com júbilo ao Senhor (gritar com força) e a servir ao Senhor com alegria (cumprir a ordem dada na criação).

 

De forma especial, o povo de Deus deve celebrar com júbilo e servir com alegria, pois sabe que o Senhor é o único Deus, o Senhor é o dono de toda a criação e o Senhor chamou para si um povo escolhido.

 

4Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Dt 6.4

 

1O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Sl 23.1

 

O povo de Deus é convocado a adorar em comunidade, com alegria, cânticos e gratidão, o que deve ser feito de forma regular na igreja, que é o corpo de Cristo.

 

12Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. (...) 27Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo. 1Co 12.12,27

 

O povo de Deus deve adorá-lo porque Ele é bondoso, misericordioso e fiel.

 

5.  Aplicações

 

Retomando as perguntas iniciais.

 

O Salmo 100 nos convoca a manter nossa vida focada na celebração e no serviço a Deus.

 

Muitos cristãos estão frustrados ou infelizes porque pararam de dedicar suas vidas à celebração e ao serviço a Deus, com ordena o Salmo 100, e passaram a focar em sua própria celebração e em viver para atender a seus interesses pessoais.

 

Para essas pessoas, a vida cristã tem se resumido a ir à igreja para buscar alguma bênção de Deus, para ter alguma necessidade atendida. Isso gera ansiedade e frustração, quando as coisas não acontecem da maneira que elas desejam.

 

O Salmo 100 nos mostra a necessidade de celebrar e servir ao Senhor com alegria, pois ele é o Criador e Sustentador do universo e Ele nos chamou de forma maravilhosa, por meio da obra de Cristo, para sermos seu povo escolhido.

 

O Salmo 100 nos ordena a celebrar a Deus com alegria, cânticos, força, pois Deus é bom, é misericordioso e é justo.

 

Uma palavra àqueles que ainda não foram alcançados pela graça salvadora de Cristo: hoje é o dia oportuno. Curve-se diante do Grande Deus e reconheça o Senhor Jesus Cristo como único Salvador e Senhor. A partir de hoje, dedique sua vida a celebrar e servir ao Senhor com alegria.

 

Aos cristãos: que o Santo Espírito de Deus fortaleça nossa fé, por meio desse precioso Salmo 100, e mantenha nossa vida firme na celebração e no serviço ao nosso Senhor.

 

Soli Deo Gloria

 

6.  Referências Bibliográficas

 

Bíblia de Estudo de Genebra, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009. 2. ed. 1920 p.

 

CAMPOS, Heber Carlos. O Ser de Deus e seus atributos. São Paulo: Cultura Cristã, 1999. 432 p.

 

ROBERTON, O. Palmer. A estrutura e teologia dos Salmos. Tradução Thiago Machado Silva. São Paulo: Cultura Cristã, 2019. 288 p.

 

https://biblehub.com/whdc/psalms/100.htm

 

https://ultimato.com.br/sites/jovem/2017/02/17/salmo-100-aprendendo-como-e-porque-dar-gracas/

Salmo 100 – Aprendendo COMO e PORQUE dar graças

Joyce Hencklein

 

https://www.youtube.com/watch?v=oCLY6Jv7hyU

A vida centrada em Deus - Salmo 100:1-5 | Rev. Ericson Martins

Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia

 

https://www.youtube.com/watch?v=p-m8NWb89XA

Razões para Servir a Deus com Alegria | Salmo 100

Igreja Presbiteriana do Guará II

 

https://www.youtube.com/watch?v=0pSPB_EUisg

Vida Devocional | Um Chamado à Adoração | Salmos 100 | Rev. Bruno Duran | IPP TV – Igreja Presbiteriana de Pinheiros

 



[1] Bíblia de Estudo de Genebra, p. 687.

[2] ROBERTON, O. Palmer. A estrutura e teologia dos Salmos. Tradução Thiago Machado Silva. São Paulo: Cultura Cristã, 2019. p. 25.

[3] Ididem. p. 158.

[4] CAMPOS, Heber Carlos. O Ser de Deus e seus atributos. São Paulo: Cultura Cristã, 2. ed. 1999. p. 90.

[5] CAMPOS, Heber Carlos. Idem. p. 255.

[6] CAMPOS, Heber Carlos. Idem. p. 289.

[7] CAMPOS, Heber Carlos. Idem. p. 247.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

A VERDADE QUE TRANSFORMA E PERMANECE

1Pe 1.22-25

 

22Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, 23pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. 24Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; 25a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada.

 

1.  Introdução

 

Existe uma verdade? Essa pergunta tem importância nos nossos dias?

 

Se não existe uma verdade, qual o sentido da vida?

 

Se existe uma verdade, que verdade é essa? Essa verdade é capaz de realizar alguma coisa em nossas vidas?

 

Você vive como se existisse uma verdade ou você vive em meio a muitas “verdades”?

 

2.  A Verdade purifica a alma

 

Essa passagem geralmente é pregada com grande ênfase no amor que os cristãos devem ter uns pelos outros. E essa ênfase é importante.

 

Entretanto, quero ressaltar o fundamento que sustenta tanto a purificação dos cristãos quanto o amor que eles deveriam exercitar. Esse fundamento é a “obediência à verdade”.

 

Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade...” v.22a

 

Texto original: Τὰς ψυχὰς ὑμῶν ἡγνικότες ἐν τῇ ὑπακοῇ τῆς ἀληθείας

https://biblehub.com/whdc/1_peter/1.htm

 

O termo ἡγνικότες (hagnizó) significa tornado santo, consagrado.

 

“(...) O particípio ἡγνικότες (hēgnikotes, consagrados, 1.22), está no tempo perfeito, indicando que eles estão agora no estado de terem sido separados por causa de sua prévia obediência ao evangelho. (...)”[1]

 

As Escrituras mostram que a purificação era realizada por meio de rituais determinados por Deus, e que deveriam ser rigorosamente seguidos pelo seu povo (ex: Nm 19). Estar puro era obrigatório no processo de consagração para estar diante de Deus, a fim de servi-lo.

 

Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles as suas vestes Ex 19.10

 

Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando alguém, seja homem seja mulher, fizer voto especial, o voto de nazireu, a fim de consagrar-se para o Senhor, abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem tomará beberagens de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas. Nm 6.2-3

 

Estava próxima a Páscoa dos judeus; e muitos daquela região subiram para Jerusalém antes da Páscoa, para se purificarem. Jo 11.55

 

Quando Paulo apresentou sua defesa perante o sumo sacerdote Ananias, ele apresentou como argumento o fato de ter sido encontrado no templo, já purificado.

 

e foi nesta prática que alguns judeus da Ásia me encontraram já purificado no templo, sem ajuntamento e sem tumulto, At 24.18

 

A purificação disposta na lei de Moisés (Antigo e Novo Testamentos) exigia o cumprimento de rituais, porém, nessa passagem o apóstolo Pedro afirma que a purificação dos eleitos (v.1) ocorreu “pela vossa obediência à verdade”.

 

Texto original: ἐν τῇ ὑπακοῇ τῆς ἀληθείας

 

O termo ἀληθείας (alétheia) significa verdade.

 

Há muitas passagens no Novo Testamento que utilizam essa mesma palavra.

 

E enviaram-lhe discípulos, juntamente com os herodianos, para dizer-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus, de acordo com a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens. Mt 22.16

 

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. Jo 1.14

 

Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Jo 4.24

 

A verdade exposta nessas passagens está intimamente ligada com a ideia de verdade absoluta, verdade que vem de Deus, e que não pode ser contestada.

 

Pedro ensina aos eleitos que eles haviam sido purificados pela “obediência à verdade”, ou seja, a verdade ao qual eles haviam crido e obedecido era poderosa para tornar-lhes puros e consagrados para Deus.

 

A verdade apresentada por Pedro é a mesma Verdade apresentada por todo o Novo Testamento, desde os Evangelhos, é a Verdade que vem de Deus (Mt 22.16), é a Verdade que estava com Deus (Jo 1.14), é a Verdade que leva ao Pai (Jo 14.6) e é a forma como os cristãos deveriam adorar a Deus (Jo 4.24).

 

Não poderia haver dúvidas para os leitores da primeira carta de Pedro a respeito do que aquela verdade significava. Não era apenas uma palavra para consolar pessoas que passavam por momentos difíceis, era o ensinamento a respeito daquele que havia purificado as suas vidas pelo seu próprio sacrifício voluntário.

 

Jesus Cristo é a única Verdade, como ele mesmo disse em Sua Palavra!

 

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Jo 14.6

 

Jesus Cristo é a Verdade que purifica a alma dos eleitos. Sua obra amorosa de humilhação e morte na cruz foi último sacrifício, o sacrifício suficiente para pagar o preço, redimir e purificar os eleitos.

 

Essa Verdade era a única capaz de consolar os corações dos eleitos que sofriam perseguições por causa do Evangelho. Pedro enfatizou que a obediência à verdade havia purificado as almas dos cristãos.

 

Vivemos em um mundo que defende a inexistência de verdade, de absolutos, de Deus. Mas esse ensino é contrário ao ensino das Escrituras. A Palavra de Deus afirma que há um único Deus, Trino, que criou e sustenta o universo, que se fez carne e morreu numa cruz, que habita em nós e nos instrui pela sua Palavra.

 

A obediência à verdade é o único caminho para a purificação da alma.

 

Quer viver em paz com Deus? Quer ser purificado e consagrado para Deus? Viva em obediência à verdade.

 

3.  A Verdade conduz ao verdadeiro amor

 

“Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente...” v.22

 

Após assegurar que a obediência à verdade purifica a alma dos eleitos, Pedro afirma que a obediência à verdade leva os eleitos à pratica do amor fraternal não fingido, a amar uns aos outros ardentemente.

 

Texto original: εἰς φιλαδελφίαν ἀνυπόκριτον ἐκ [καθαρᾶς] καρδίας ἀλλήλους ἀγαπήσατε ἐκτενῶς

 

Os termos φιλαδελφία ἀνυπόκριτος (philadelphia anupokritos) significam amor sincero entre irmãos.

 

A obediência à verdade, que é a obediência a Cristo, purificou a vida dos cristãos e também os conduziu a praticar o mesmo amor que o Senhor Jesus demonstrou em sua vida e morte.

 

O apóstolo Paulo e o escritor aos Hebreus também enfatizaram a importância da prática do amor sincero entre os cristãos.

 

O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Rm 12.9-10

 

Seja constante o amor fraternal. Hb 13.1

 

A nova vida em Cristo deve ser vivida em família, em demonstração constante de amor sincero entre irmãos.

 

“(...) O comportamento justo para com os outros define o amor. Para Pedro, a obediência à verdade do evangelho não é mero assentimento intelectual à doutrina, mas deve resultar em uma transformação no modo que os cristãos tratam os outros, porque a transformação moral é um propósito central da redenção de Cristo. (...)”[2]

 

Pedro também diz que os cristãos devem amar uns aos outros ardentemente.

 

ἐκτενῶς (ektenós), significa amor intenso, fervente

 

A mesma palavra aparece em Atos 12.5, quando a igreja orava de forma intensa pela libertação de Pedro na prisão.

 

Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele. At 12.5

 

Pedro foi objeto de amor e orações intensas por parte da igreja, e, tempos depois, ao escrever sua primeira carta, ele exortou os cristãos perseguidos a praticarem esse mesmo amor.

 

“(...) Pedro esclarece que o amor entre cristãos envolve uma transformação moral decorrente da realidade espiritual segundo a qual os renascidos da semente de Deus terão o caráter de Deus. (...)”[3]

 

Os cristãos devem amar de forma intensa e incessante em resposta ao amor que foi demonstrado por Cristo na cruz.

 

Nós amamos porque ele nos amou primeiro. 1Jo 4.19

 

Vivemos em um mundo onde predominam o individualismo, a competitividade e a utilização de quaisquer meios para se sobressair. A prática do amor sincero e intenso tem sido sufocada e ridicularizada nas escolas, nas mídias sociais e até mesmo em algumas igrejas.

 

Entretanto, as Escrituras revelam que Jesus Cristo se tornou homem e morreu em uma cruz por amor, em nosso favor, e esse é o maior exemplo de amor, que deve ser imitado por nós.

 

O Senhor Jesus é o Grande Rei que está exaltado à destra de Deus Pai. Cabe a nós adorá-lo em gratidão, e praticar esse amor uns com os outros.

 

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. Fp 2.5-11

 

A obediência à verdade nos leva à prática do verdadeiro amor, o amor que foi demonstrado por Cristo.

 

4.  A Verdade é permanente

 

“pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.” v.23

 

Texto original: ἀναγεγεννημένοι οὐκ ἐκ σπορᾶς φθαρτῆς ἀλλὰ ἀφθάρτου διὰ λόγου ζῶντος Θεοῦ καὶ μένοντος

 

Os termos σπορᾶς φθαρτῆς (spora phthartos) significam semente perecível

 

A obediência à verdade purifica a alma dos eleitos e os leva à prática do amor sincero entre irmãos. Tendo essa convicção, Pedro afirma que os eleitos haviam sido regenerados (nascidos novamente) não de uma semente que perece, mas de uma semente imperecível.

 

A história das duas sementes é a história da humanidade após a queda. Após a queda, coexistiram a semente da mulher e a semente da serpente.

 

Naquele momento difícil, Deus demonstrou seu imenso amor e revelou que enviaria o descendente que esmagaria a cabeça da serpente.

 

Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Gn 3.15

 

Cristo é o novo Adão. Cristo cumpriu a lei, venceu a morte e nos deu a nova vida.

 

Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Rm 5.19

 

A regeneração dos eleitos ocorre mediante a Palavra de Deus, que é viva (ζῶντος) e permanente (μένοντος).

 

O Senhor Jesus já havia ensinado que a Palavra de Deus é fonte de vida para o homem, e que Ele mesmo era (e é) o pão vivo que desceu do céu.

 

Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Mt 4.4

 

Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. (...) Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Jo 6.51, 56

 

As Escrituras Sagradas são o meio pelo qual Deus dá a fé aos eleitos, e o meio pelo qual os eleitos são regenerados por uma semente permanente.

 

E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. Rm 10.17

 

Aqueles cristãos foram confortados e animados com essas palavras, pois foram lembrados que a glória humana não se compara com a glória da obra de Cristo, os maravilhosos benefícios que Ele nos deu e as insondáveis bênçãos que estão prometidas para o dia final e para a eternidade com Cristo.

 

“(...) A eficácia a palavra eterna de Deus é contrastada com a glória da humanidade, uma glória impressionante na era imperial de Roma, um dos maiores impérios já conhecidos pelo mundo. Ainda assim, as glórias máximas da humanidade empalidecem rapidamente quando comparadas com as glórias eternas alcançadas pelo sofrimento de Cristo (1Pe 1.11). (...)”[4]

 

O texto prossegue:

 

Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada.” v.24-25

 

Pedro cita a passagem de Isaías 40.6-8.

 

Uma voz diz: Clama; e alguém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente. Is 40.6-8

 

A passagem mais extensa (Is 40.1-11) foi profetizada por Isaías como esperança para o povo de Israel que estava no exílio da Babilônia.

 

A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse. Is 40.5

 

A certeza da restauração de Israel residia na Palavra de Deus: “pois a boca do Senhor o disse”.

 

O texto contrasta a brevidade da existência humana com a perenidade da Palavra de Deus. Enquanto o homem é frágil e passageiro, a Palavra de Deus é poderosa e eterna.

 

Assim como Isaías consolou o povo exilado de Israel e lhe deu esperança de restauração, Pedro confortou os eleitos que passavam por aflições e lhes deu esperança na Palavra de Deus.

 

 

“(...) “Isaías usou a história de Israel para encorajar o povo de Deus no sexto século, e usa o estímulo desse passado maravilhoso para interpretar e proclamar o futuro ainda mais glorioso – o ideal, que Deus pôs diante de seu povo, e na compreensão daquilo em que a história deles haveria de culminar”. Assim como Isaías, Pedro continua a usar o passado maravilhoso, que agora inclui a ressurreição gloriosa de Jesus Cristo, para proclamar um futuro ainda mais glorioso para o povo da aliança de Deus. (...)”[5]

 

 A esperança profetizada por Isaías e a esperança pregada por Pedro tinham o mesmo e único fundamento: a Palavra de Deus, que permanece eternamente.

 

Tempos difíceis sobrevieram sobre cristãos de todas as épocas, e também sobrevêm sobre nós atualmente. Ideologias falas, desprezo para com a fé, perseguições e até morte tem assolado muitos eleitos de Deus nos dias de hoje.

 

Porém, nada disso pode deter a Verdade.

 

A Verdade, o Verbo, o Caminho, a Vida, o Pão Vivo, o Rei montado em seu cavalo branco, é Jesus Cristo, o Filho de Deus, que nos garante purificação e nos convoca ao amor sincero e intenso, firmados em sua Própria Palavra.

 

Essa Verdade nunca passará. Essa Verdade permanecerá pelos séculos dos séculos.

 

5.  Conclusões

 

Os cristãos do primeiro século passaram por grandes desafios em razão da sua fé. Muitos foram perseguidos, presos e até mortos.

 

Consciente dessa realidade, Pedro escreveu sua primeira carta para consolar e animar os cristãos. Aqueles cristãos foram consolados e animados com a pregação a respeito da importância de obedecer à verdade.

 

Existe a verdade. A Verdade é o próprio Senhor Jesus Cristo (“Eu sou a Verdade”, Jo 14.6).

 

A Verdade purifica a alma: a verdade pregada por Pedro era (e continua sendo) poderosa para purificar a vida dos cristãos, para torná-los limpos diante de Deus.

 

A Verdade conduz ao verdadeiro amor: a Verdade conduz os cristãos à prática do amor sincero e intenso. Cristo nos amou primeiro, devemos imitar esse amor.

 

A Verdade permanece: ela está fundamentada na Palavra de Deus e é o próprio Deus, o Rei Jesus, que governa com todo o poder.

  

6.  Aplicações

 

As dificuldades da vida cristã não podem diminuir a nossa fé e a nossa esperança. A Palavra de Deus é nossa fonte inesgotável de esperança, firmeza e alegria no serviço ao Senhor.

 

Cristo venceu, e nos deu a nova vida para ser vivida em louvor a Ele.

 

Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. Jo 16.33

 

A Verdade purifica, a Verdade nos leva ao amor sincero, a Verdade permanece.

 

Cristo é a Verdade. Cristo é o Rei. Vivamos como leais e dedicados súditos.

 

Uma palavra aos não cristãos: Cristo é a Verdade. Somente Cristo pode limpar sua vida e te dar condições de exercitar o amor verdadeiro. Cristo voltará em breve. Que hoje seja o tempo oportuno para você confessar Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor.

 

Uma palavra aos cristãos: permaneçamos firmes na Verdade. Permaneçamos firmes na prática do amor sincero uns com os outros. Permaneçamos firmes na Palavra de Deus, que é viva e transforma nossas vidas a cada dia.

 

Soli Deo Gloria.

 

7.  Bibliografia

 

Bíblia de Estudo de Genebra. Sociedade Bíblica do Brasil. São Paulo: 2ª edição, 2009. 1920p.

 

Bíblia Bilíngue – Nova Almeida Atualizada e English Standard Version. Sociedade Bíblica do Brasil. São Paulo: 3ª edição, 2017. 1826p.

 

G. K. BEALE; D. A. CARSON – org. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São Paulo: Edições Vida Nova; 1ª edição, 2014. 1456p.

 

KAREN H. JOBES. 1 Pedro: Comentário Exegético. São Paulo: Edições Vida Nova; 1ª edição, 2022. 448p.

 

https://www.bible.com/pt

 

https://biblehub.com/whdc/1_peter/1.htm

 

https://talkingreek.wordpress.com/2017/05/22/novo-testamento-em-grego-on-line/



[1] KAREN H. JOBES. 1 Pedro: Comentário Exegético. São Paulo: Edições Vida Nova; 1ª edição, 2022. p.134.

[2] KAREN H. JOBES. Ibidem, p.135.

[3] KAREN H. JOBES. Ibidem, p.136.

[4] KAREN H. JOBES. Ibidem, p.136.

[5] KAREN H. JOBES. Ibidem, p.139-140.