segunda-feira, 25 de abril de 2016

Teologia Sistemática 1 - aula 02 - Revelação geral e revelação especial


TÓPICOS DA AULA
1. Revelação geral:
1.1. Definição
1.2. Argumentos favoráveis:
1.2.1. Origem, complexidade e manutenção organizada da criação
1.2.2. O homem como ser inteligente
1.2.3. O homem como ser moral
1.2.4. O homem como ser volitivo
1.2.5. O homem como ser religioso
1.3. Insuficiência da revelação geral:
1.3.1. Não revela Cristo
1.3.2. Revela conhecimento escasso e sujeito a interpretações equivocadas
1.4. Erros de interpretação: desvalorização e supervalorização
1.5. Revelação geral e acesso à evangelização
2. Revelação especial
2.1. Definição
2.2. Modos da revelação especial
2.2.1. Teofania
2.2.2. Profecia
2.2.3. Milagres
2.3. Revela a trindade
2.4. Revela a necessidade da redenção humana
2.5. Objetiva a glória divina
3. Bibliografia
4. Atividade


1. REVELAÇÃO GERAL
1.1. DEFINIÇÃO
A revelação geral compreende a criação e as relações gerais de Deus com o homem. Por meio da criação, Deus revelou ao homem vários dos seus atributos (características), como poder, conhecimento, bondade, entre outros. Estudar as coisas criadas é uma das formas dadas por Deus ao homem para conhecê-lo e adorá-lo. Da mesma forma, ao relacionar-se com o homem, Deus faz conhecidos outros atributos, como amor, misericórdia, imensidão etc. A revelação geral é denominada “a luz divina que ilumina todos os homens”.

1.2. ARGUMENTOS FAVORÁVEIS
1.2.1. ORIGEM, COMPLEXIDADE E MANUTENÇÃO ORGANIZADA DA CRIAÇÃO
A origem do mundo sempre foi um dos temas de maior interesse dos seres humanos em todas as épocas. A filosofia é a área do conhecimento humano que tem se empenhado em explicar de onde veio tudo que existe. A ciência tenta refutar a existência de Deus e abraça a ideia de que o Universo foi criado por meio de uma grande explosão. Porém, o avanço tecnológico permite ao homem estudar mais profundamente as coisas criadas, desde o Universo até o fundo dos mares, como também a própria constituição do corpo humano e seu funcionamento, o que o tem a perceber a complexidade da criação e sua espantosa manutenção organizada. O estudo científico de uma pequena flor revela ao homem a complexidade e necessidade da existência de um grande número de processos organizados para sua subsistência. Da mesma forma, o corpo humano é altamente complexo e organizado, uma grandiosa máquina que necessita funcionar constantemente de forma harmoniosa para sobreviver.

A teoria da evolução, que defende que todas as formas de vida foram originadas de um ancestral comum, esbarra um dos conceitos básicos da biologia: não há provas científicas de que seres vivos teriam surgido de forma natural e espontânea, a partir de matéria inorgânica. Uma das grandes leis da biologia é “Vida gera vida”, de Louis Pasteur.

“(...) A importância desse desafio encontra-se na oposição de uma lei científica. Louis Pasteur, conhecido cientista francês do século XIX, demonstrou que microorganismos não se formam através da geração espontânea a partir de substâncias orgânicas. Pasteur formulou um fato fundamental que diferencia o mundo orgânico do mundo mineral inorgânico. Este fato, colocado em termos atuais, diz que moléculas assimétricas (orgânicas) são sempre o resultado de forças da vida. Este trabalho de Pasteur foi a base para a formulação da lei hoje conhecida na biologia como a Lei da Biogênese. Esta lei afirma que vida gera vida. (...)”[1]

O desenvolvimento científico tem levado o homem a questionar a explicação naturalista para a origem do Universo. É realmente razoável defender que o Universo, com toda essa complexidade e funcionamento organizado, realmente surgiu de uma explosão aleatória? É necessário ter muito mais fé para acreditar nessa hipótese do que em um Deus Criador.

1.2.2. O HOMEM COMO SER INTELIGENTE
Outro argumento que pode ser observado pela revelação geral e que aponta para a existência de Deus é o fato de o homem ser inteligente. O homem como ser inteligente não poderia ter sido produzido por forças destituídas de inteligência.

Neste ponto a teoria da evolução de Darwin defende que seres menos complexos foram se aperfeiçoando e dando origem a seres mais complexos. Contudo, tal afirmação não se sustenta, pois a ciência tem provado através de diversas pesquisas que em processos evolutivos, os seres não completamente desenvolvidos são aniquilados pelos seres completamente desenvolvidos.

“(...) Uma vantagem seletiva só ocorre num estado de desenvolvimento completo: fases intermediárias (“incompletas”) não têm nenhum valor biologicamente, sendo eliminadas pela atuação da seleção estabilizadora. (...)”[2]

Além de ser inteligente, o homem vive em um mundo inteligível, que é orientado por leis e processos ordenados, que podem ser conhecidos. Logo, o desenvolvimento da ciência significa a descoberta e o acúmulo de conhecimento pelo homem de informações que já existiam nas coisas criadas, mas que até o momento eram desconhecidas do homem. Logo, somente a existência de Deus pode explicar a existência de tais realidades. Além disso, a sede insaciável do homem em obter conhecimento também é uma prova dada pela revelação geral da existência de Deus.

1.2.3. O HOMEM COMO SER MORAL
O homem é um ser moral. Desde o seu nascimento, ele tem consciência do bem e do mal, do certo e do errado. Por mais que as culturas sejam diferentes ao longo dos séculos e das regiões em que se estabeleceram, todas elas contêm padrões morais mínimos. O homem se organiza em sociedade, cria suas regras e seu direito com base nessa lei moral. E somente é possível admitir-se a existência dessa moralidade comum considerando-se a existência de um Criador que colocou esse sendo moral no coração e na mente dos homens. Explicar a existência dessa lei moral universal é um desafio impossível para aqueles que negam a existência de Deus. Sem Deus, a moral torna-se apenas algo altamente subjetivo e maleável, assim como os conceitos de certo e errado e de bem e mal. Sem Deus, seria impossível habitar o mundo e conviver em sociedade, pois o homem seria pouco mais do que um animal em busca de satisfazer sua vontade.

1.2.4. O HOMEM COMO SER VOLITIVO
A existência de vontade no homem é mais um argumento favorável à existência de Deus que pode ser percebido por meio da revelação geral. Além de ser inteligente e ter senso moral, o homem tem vontade, desejo e condições de execução. O homem tem a capacidade de querer algo e executar os meios necessários para a obtenção do fim proposto. Ele subjuga a natureza conforma seus interesses.

De onde vem essa vontade e essa capacidade de execução? Para aqueles que negam a existência de Deus, o homem é tão somente mais um dos seres criados pela natureza, ele é parte da natureza. Sendo assim, como poderia ele ter tanto domínio sobre quem o criou? Se a natureza criou o homem, como ele se tornou mais poderoso do que ela?

A existência do Deus explica o domínio que o homem tem sobre a natureza. Esse domínio foi dado pelo próprio Criador.

E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. Gn 1.28

1.2.5. O HOMEM COMO SER RELIGIOSO
Como dito na primeira aula, o homem sempre foi um ser religioso. A ciência não consegue explicar a origem da religião exatamente pelo fato de que em todos os povos conhecidos sempre há o aspecto religioso, sempre há a adoração a um ser superior.

Explicar o homem como um ser religioso é certamente impossível para aqueles que negam a existência de Deus.

“(...) Se não existe Deus, então parece que o homem está para sempre condenado por sua própria constituição a crer em um Deus e buscar um Deus que jamais encontrará. Se não existe Deus, que poder é este que tem conservado vivo no coração humano através dos milênios da história humana a crença em um Deus ou deuses? (...)”[3]

O homem é um ser religioso exatamente pelo fato de ter sido criado por Deus, que colocou em seu coração e mente a necessidade de adoração.

1.3. INSUFICIÊNCIA DA REVELAÇÃO GERAL
1.3.1. NÃO REVELA CRISTO
Como vimos acima, a revelação geral é importante, contudo, não é suficiente. A revelação geral fornece conhecimento da existência de Deus e de alguns dos seus atributos, porém, não revela a pessoa e a obra de Cristo, que é o único caminho para o Pai. A revelação geral comunica a ira de Deus, mas não comunica a graça e o perdão, ela não é suficiente para regenerar a mente e o coração dos seres humanos caídos.

1.3.2. REVELA CONHECIMENTO ESCASSO E SUJEITO A INTERPRETAÇÕES EQUIVOCADAS
O conhecimento fornecido pela revelação geral é escasso, superficial e sujeito a erros de interpretação. Ao longo dos séculos, os homens têm compreendido e ensinado equivocadamente as informações divinas que podem ser obtidas por meio da revelação geral, o que, ao invés de servir de estímulo para uma aproximação do homem de seu Criador, tem colaborado para um afastamento entre eles.

1.4. ERROS DE INTERPRETAÇÃO: DESVALORIZAÇÃO E SUPERVALORIZAÇÃO
Dois dos principais erros de interpretação cometidos pelo homem em relação à revelação geral são a desvalorização e a supervalorização.

Alguns teólogos desprezaram a revelação geral e imputaram tudo o que pode ser conhecido a respeito de Deus à revelação especial. Para eles, as coisas criadas somente tem valor neste mundo material, terreno, e devem ser geridas pela razão humana. Já as coisas espirituais, obtidas por meio da revelação especial, dizem respeito ao céu e dependem da fé.

O resultado da desvalorização da revelação geral foi a criação de uma distinção, uma barreira intransponível entre as coisas terrenas e celestiais, entre o espiritual e o secular. Mas isso não tem fundamento bíblico, pois como vimos na aula anterior a religião cristã modifica o homem por inteiro: mente, coração e mãos; intelecto, moral e vontade. Não existe distinção entre vida secular e vida espiritual, entre coisas terrenas e celestiais. Tudo foi criado por Deus para Sua própria glória e como forma de tornar inteligível ao homem Seus atributos (características), ainda que a compreensão dessas verdades seja limitada ao homem.

Outro grupo de teólogos caminhou para o lado oposto e passou a supervalorizar a revelação geral. Para eles, a revelação geral fornece elementos suficientes para que o homem perceba sua necessidade de redenção e encontre o caminho para Deus. Por meio das coisas criadas, o homem tem condições de decidir ir em direção a Deus e clamar por salvação.

Essa interpretação é equivocada porque supervaloriza o homem como senhor de sua vida e do seu destino (antropocentrismo) e contraria a doutrina bíblica da depravação total do homem, que diz que o pecado afastou definitivamente o homem de Deus, que o homem está morto nos seus pecados e não pode, por si só, fazer nada para restaurar sua comunhão com Deus. Como já dito, a revelação geral é insuficiente exatamente porque não revela Cristo, que é o único Salvador, o único caminho para o céu.

1.5. REVELAÇÃO GERAL E ACESSO À EVANGELIZAÇÃO
Apesar de ser insuficiente para a salvação do homem, a revelação geral deve ser utilizada como uma importante porta de entrada para a evangelização.

Muitas vezes, os cristãos podem encontrar dificuldade em provas suas convicções religiosas aos não-cristãos. Se uma pessoa não acredita na Bíblia, de pouco adianta apresentar-lhe vários textos bíblicos sobre o pecado, a necessidade de redenção, Cristo etc. É quase certo que tal pessoa não reconhecerá a validade dos textos e não se mostrará interessada em prosseguir no debate.

É exatamente neste ponto que a revelação geral possui grande utilidade. A mesma pessoa que não crê no Deus da Bíblia pode ser convidada a refletir sobre o tema por meio dos argumentos apresentados pela revelação geral: grandiosidade e complexidade do Universo, ser humano como ser inteligente, moral, volitivo e religioso etc. Esses assuntos podem ser utilizados como pontes pelos cristãos para apresentar o Deus Criador e, posteriormente, o Deus Redentor.

Para tanto, é necessário que os cristãos se dediquem, além do estudo constante das Escrituras Sagradas, ao estudo dos mais variados temas de interesse geral, como política, economia, geografia, história etc., a fim de estarem capacitados para aproveitar as oportunidades e questionar de forma inteligente e fundamentada as convicções dos não-cristãos. Uma boa forma de preparar o terreno para a evangelização é questionar seriamente os fundamentos de vida dos não-cristãos e incentivá-los a refletir sobre a possibilidade de existência de um Ser Superior que os criou e os sustenta.

Cabe mencionar aqui que a transformação das vidas é um ato da soberana graça divina e ocorre conforme sua vontade e planos eternos. Por mais que os cristãos estudem e se dediquem, a salvação das pessoas não está, nem nunca esteve, em suas mãos. Contudo, isso não impede que os cristãos se esforcem para apresentar Cristo por meio de suas próprias vidas, sendo pessoas inteligentes, estudiosas, corretas e irrepreensíveis. Se essas atitudes não são suficientes para salvar pessoas, e certamente não são, elas são exigidas pelo Criador e Senhor das nossas vidas e podem ser utilizadas como portas de entrada para a anunciação de Cristo.


2. REVELAÇÃO ESPECIAL
2.1. DEFINIÇÃO
A revelação especial está fundamentada na obra redentora de Deus, efetuada por Jesus Cristo, e tem o objetivo de suprir as necessidades espirituais e morais do homem e restaurar sua comunhão com Deus. Através da revelação especial o homem é restaurado pela obra redentora de Cristo e recebe de Deus as “ferramentas” necessárias para ouvir, entender e obedecer Sua vontade: nova mente, novo coração e a fé. O Espírito Santo passa a habitar nesse novo homem que deseja intensamente adorar a Deus como manifestação de gratidão pela redenção.

“(...) Nas obras da natureza, é quase apenas o Pai como Criador que fala a nós pelo Verbo (Logos) e pelo Espírito. Mas, nas obras da graça, Deus vem a nós como Pai em um sentido totalmente único do Filho, e, como Pai, ele se revela a nós através desse Filho, mais precisamente pelo Filho que se encarnou em Cristo e pelo Espírito adquirido por esse Cristo. Portanto, no sujeito (agente) da revelação, tanto a conexão quanto a diferença entre revelação geral e especial emergem claramente. (...)”[4]

2.2. MODOS DA REVELAÇÃO ESPECIAL
2.2.1. TEOFANIA
A Escritura contém diversas referências de aparições divinas aos homens, que ocorreram por meio de anjos, nuvens de fumaça, fogo, vento sonhos, visões, etc. Deus utilizou-se de todas essas formas para comunicar sua vontade aos homens.

Apareceu o SENHOR a Abrão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao SENHOR, que lhe aparecera. Gn 12.7

Apareceu-lhe o anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia. Ex 3.2

Em Gibeão, apareceu o SENHOR a Salomão, de noite, em sonhos. Disse-lhe Deus: Pede o que queres que eu te dê. 1 Rs 3.5

O clímax da teofania ocorreu com a encarnação do Cristo, o próprio Deus que conviveu com sua criação em forma humana. Exatamente por ser Cristo o ponto máximo da teofania, após sua ressurreição e ascensão esse modo divino de revelação cessou.

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Hb 1.1-2

2.2.2. PROFECIA
Profecia é o modo de Deus comunicar sua vontade utilizando-se de homens especialmente separados para este fim.

Levantando Balaão os olhos e vendo Israel acampado segundo as suas tribos, veio sobre ele o Espírito de Deus. Proferiu sua palavra e disse (...) Nm 24.1-2a

Visão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá. Is 1.1

Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananinas. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor! At 9.10

Cristo é o profeta por excelência, por ser o próprio Deus encarnado que fala diretamente aos homens a Palavra e a vontade divinas. Sendo assim, após Cristo a revelação divina por meio da profecia cessou.

2.2.3. MILAGRES
Ao longo da história do povo de Israel narrada nas Escrituras, por vezes Deus revelou sua vontade por meio de seus atos miraculosos. Em regra, todas as ações divinas são sobrenaturais pela sua grandiosidade e esplendor. Entretanto, o próprio Deus estabeleceu uma ordem natural de funcionamento da criação, e os milagres extrapolam essa ordem, são atos divinos maravilhosos com propósitos específicos.

Então, Moisés e Arão se chegaram a Faraó e fizeram como o SENHOR lhes ordenara; lançou Arão seu bordão diante de Faraó e diante dos seus oficiais, e ele se tornou em serpente. Ex 7.10

Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego. 1 Rs 18.38

Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, e passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus. At 3.6-8

Apesar do efeito surpreendente que causaram nos homens, os milagres foram momentâneos e não produziram uma renovação da natureza humana. Os milagres relatados nas Escrituras não objetivaram especificamente a salvação dos homens. O único milagre suficientemente poderoso para transformar os homens é o Senhor Jesus Cristo, que se encarnou para cumprir o plano divino de redenção dos seus filhos. Jesus é o milagre por excelência.

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem ambos coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mt 1.18

Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios. Mc 16.9

Após a ressurreição e ascensão de Cristo, os milagres continuaram a ocorrer temporariamente por meio dos apóstolos. Contudo, esse poder cessou com o estabelecimento da Igreja como a noiva de Cristo. O grande milagre diário que Deus opera por meio do Seu Espírito é a graça salvadora que transforma os pecadores caídos em filhos de Deus. O milagre final será a volta gloriosa de Cristo para resgatar sua Igreja e levá-la ao novo céu e à nova terra (Ap 21-22).

2.3. REVELA A TRINDADE
Enquanto a revelação geral nos mostra Deus como criador e sustentador da criação, a revelação especial apresenta a Trindade em ação para a redenção da humanidade caída. Por meio da revelação geral, podemos conhecer algumas características de Deus como sabedoria, poder e majestade, entretanto, apenas por meio da revelação especial Deus se apresenta como o redentor, o salvador que vai ao encontro do homem perdido. A revelação especial nos apresenta Deus Pai na elaboração do plano divino da redenção humana, Deus Filho na encarnação, humilhação, ressurreição e glorificação e Deus Espírito na transformação dos corações dos seres humanos objetos da graça divina.

“(...) A encarnação de Deus é o fim da história de Israel e o centro de toda a história humana. (...)”[5]

2.4. REVELA A NECESSIDADE DA REDENÇÃO HUMANA
A revelação especial não serve apenas para satisfação do intelecto humano decorrentes da compreensão racional e histórica, mas sim para demonstrar a urgente necessidade de redenção de toda a raça humana. O objetivo primordial da Escritura Sagrada é anunciar Cristo como o Senhor do Universo e o Salvador dos seus filhos. A obra de Cristo consiste em sofrer em lugar dos seus filhos para redimi-los e torná-los santos aos olhos do Pai, ou seja, o objetivo final é a transformação dos pecadores caídos em filhos de Deus redimidos e que dedicam suas vidas à sua adoração e serviço, como gratidão. A revelação especial é eminentemente salvífica e soteriológica, ou seja, tem por objetivos afastar o intelectualismo frio e teórico e conduzir os seres humanos a uma nova vida de adoração e serviço a Deus.

2.5. OBJETIVA A GLÓRIA DIVINA
Por fim, a revelação especial tem por objetivo a glória divina. Tanto os homens como a criação sofrem as consequências do pecado, e a Escritura Sagrada apresenta Cristo como o redentor dos homens, a fim de recriá-los conforme a imagem e semelhança de Deus, e, em última análise, de toda a criação. Cada pessoa transformada pela graça divina é mais um pecador redimido que passa a trilhar o caminho da santificação, no esforço de dedicar sua vida à glorificação e ao serviço divinos. Após a segunda vinda de Cristo, tanto os seres humanos como toda a criação glorificarão constantemente a Trindade Santa de forma perfeita, pois o pecado não terá mais poder sobre eles.


3. BIBLIOGRAFIA
BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada: volume 1; traduzido por Vagner Barbosa. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.

CONNER, Walter Thomas. Revelação e Deus. Rio de Janeiro, RJ: Junta de Educação Religiosa e Publicações (JUERP), 1971.

LOURENÇO, Adauto. Como Tudo Começou – Uma introdução ao Criacionismo. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2007.


4. ATIVIDADE:
Leia os versículos abaixo e responda: 1- Qual tipo de revelação narrada pelo texto? Geral ou especial? 2- Quais características de Deus você consegue perceber pelo texto?

Quem na concha de sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos? Quem recolheu na terça parte de um efa o pó da terra e pesou os montes em romana e os outeiros em balança de precisão? Is 40.12

Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. Jo 6.35

Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. 1 Pe 1.10-11

O arco estará nas nuvens; vê-lo-ei e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes de toda carne sobre a terra. Gn 9.16

Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, 1 Co 1.30

Contempla agora o hipopótamo, que eu criei contigo, que come a erva como o boi. Sua força está nos seus lombos, e o seu poder, nos músculos do seu ventre. Jó 40.15

Ele que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, Hb 1.3

Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. Gn 1.21



[1] LOURENÇO, Adauto. Como Tudo Começou – Uma introdução ao Criacionismo. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2007, p. 107.
[2] Id., p. 119.
[3] CONNER, Walter Thomas. Revelação e Deus. Rio de Janeiro, RJ: Junta de Educação Religiosa e Publicações (JUERP), 1971, p. 69.
[4] BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada; traduzido por Vagner Barbosa. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p. 342.
[5] Id., p. 344.

Teologia Sistemática 1 - aula 01 - Introdução


TÓPICOS DA AULA
1. Explicação do termo
2. Objeto de estudo
3. A sede da religião
4. Origem da religião
5. Método de estudo
6. Fontes
6.1. Revelação Geral
6.2. Revelação Especial
7. Bibliografia


1. EXPLICAÇÃO DO TERMO
Teologia Sistemática é a matéria que se ocupa do estudo das doutrinas cristãs organizadas por assuntos, geralmente de maneira “cronológica”, a fim de que o estudante consiga acumular conhecimento “organizado” à medida que avança no estudo de cada tema. Todos os assuntos relevantes para a religião cristã são agrupados em grandes áreas comuns e estudados profundamente.

Geralmente, os principais teólogos dividem esses assuntos em três grandes áreas de estudo dentro da Teologia Sistemática: o estudo de Deus, o estudo do homem e o estudo da Redenção.


2. OBJETO DE ESTUDO
De forma genérica, o objeto de estudo da Teologia Sistemática é o Ser de Deus, suas obras e Seu relacionamento com a criação (em especial com o homem). Todos os temas relevantes para os cristãos decorrem desse objeto de estudo.


3. A SEDE DA RELIGIÃO
Muitos estudiosos têm tentado explicar qual o lugar (a sede) da religião na vida do homem. Existem três interpretações principais a este respeito.

Conhecimento / intelecto: A religião é conhecer Deus intelectualmente. O desenvolvimento intelectual do homem o permitirá obter um conhecimento mais amplo, mais extensivo a respeito de Deus. Filosofia, cultura em geral e ciência são muito valorizadas por ampliarem os horizontes de conhecimento do homem. A religião é vista como um “estágio inferior” pelo qual o homem tem que passar para atingir a plenitude do conhecimento, representada pela filosofia, que o proporcionará o bem maior, a paz mental.

Essa linha de pensamento erra ao tratar a religião como uma “ideia inferior” e necessária apenas para levar o homem ao “verdadeiro conhecimento” representado pela filosofia. Apesar de importante em sua área de atuação, a filosofia não se confunde e nem suplanta a necessidade da religião. A religião é a única capaz de mostrar ao homem que o Deus Criador é também o seu Deus pessoal e que, dentre várias outras coisas, o homem necessita desesperadamente de redenção. Logo, a ideia de que a sede da religião é apenas o intelecto é insuficiente e não se sustenta.

Vontade / moral: A religião se resume no amor, no esforço para viver uma vida virtuosa e obediente. A teoria é minimizada em favor da prática de uma moralidade superior. Não é necessário gastar tanto tempo com ideias teóricas sobre Deus e o homem, mas é preciso aproveitar esse tempo para viver a prática. A religião consiste em conhecer os imperativos (as ordens) divinos para obedecê-los. A dogmática é subordinada à ética. Existe uma supervalorização da vontade. Tal ideia é fortemente abraçada pelos pelagianos e semipelagianos (arminianos).

A supervalorização da vida virtuosa pode, em princípio, parecer uma boa prática a ser seguida. Afinal, se as pessoas forem mais virtuosas, praticarem mais atos moralmente aceitáveis, isso implicará em um mundo melhor para todos. Porém, essa lógica não é verdadeira. A valorização extrema da vida prática esconde um grande perigo: os homens só praticam aquilo que entendem como certo, ou seja, qualquer pessoa faz aquilo que aprendeu e entendeu como correto. Logo, não há prática sem conhecimento. Não há como defender que a sede da religião é a vontade, pois para que a vontade seja exercida é necessário que o homem tenha conhecimento do que pode ser feito. Não há como decidir ser “amoroso” ou “bondoso” sem saber o verdadeiro significado de “amor” e “bondade”. A própria moral está ancorada nos atributos divinos que são comunicados ao homem por meio da revelação. Sem o parâmetro divino, a moral torna-se uma questão extremamente subjetiva e mutável de acordo com a cultura e o momento histórico. Além disso, pessoas, costumes e a moralidade em geral não podem constranger a consciência de uma pessoa, não são capazes de modificar o caráter de alguém. Somente Deus pode fazer isso. A prática de uma moral desassociada do correto conhecimento a respeito de Deus é apenas uma ilusão.

Sentimento: A religião é a percepção, o sentimento do divino. O homem deve buscar a contemplação do belo, do ideal, da poesia, da perfeição constantes no divino. Supervalorização do estético e das emoções. O coração é o centro da religião.

Essa interpretação contém o grande risco de confundir o sentimento religioso com o sentimento sensual e estético. A supervalorização da prática amorosa desacompanhada da correta instrução intelectual pode conduzir ao exercício do amor sensual em lugar do verdadeiro amor religioso. Por fim, a prática estética e o esforço na construção do belo não são capazes de conduzir o homem ao arrependimento, à confissão de pecados, à consciência da necessidade de perdão e de redenção. O teatro não pode substituir a Igreja.

Essas três interpretações são insuficientes para explicar a sede da religião exatamente porque a religião não é limitada a apenas uma faculdade humana. A religião abrange a totalidade do ser humano: mente, vontade e coração. A religião é apreendida pelo homem através da mente, penetra o coração, leva-o a uma vida de adoração e transforma sua vontade, capacitando-o a cumprir os mandamentos de Deus.

Por esta razão, todas as áreas da vida humana são afetadas e influenciadas pela religião: a ciência, a moralidade e a arte; o dogma, a lei e o culto; a família, a sociedade e o estado. A religião é o fundamento da verdade, do bem e da beleza. Não há como viver sem a religião, pois dela emergem os absolutos tão necessários para a formação do caráter individual e da ética coletiva.

“(...) Na vida e na história da humanidade, ela ocupa um lugar independente só seu, desempenhando um papel exclusivo e totalmente controlador. Sua indispensabilidade pode até mesmo ser demonstrada pelo fato de que toda vez que as pessoas rejeitam a religião como uma ilusão, elas novamente se voltam a alguma criatura como seu deus, tentando, assim, compensar sua necessidade religiosa de alguma forma. (...)”[1]


4. ORIGEM DA RELIGIÃO
Antes de ser possível estudarmos os assuntos relacionados à Teologia Sistemática, é importante pensarmos um pouco à respeito da seguinte questão: Qual é a origem da religião?

Essa é um pergunta intrigante e que sempre ocupou a mente dos estudiosos. Os historiadores foram os primeiros a tentarem formular uma resposta. Eles sugeriram que a religião foi “descoberta” pelo homem em algum momento da história. Contudo, essa hipótese não conseguiu se sustentar por muito tempo, pois mesmo entre os povos mais primitivos já descobertos foram encontrados sinais de adoração a algum ser superior, ou seja, sinais do exercício de algum tipo de religião. Até hoje não se tem notícia de nenhum povo ateu, que não adorava algum “deus” ou ser superior, ainda que fosse o sol ou o fogo.

A segunda tentativa de explicar a origem da religião foi a partir do aspecto psicológico. A religião nasceu do medo (temor) dos homens em relação à natureza. A fim de tentar conservar sua existência, os homens tiveram a ideia de pedir ajudar a um “poder superior”. A adoração de tal “poder” seria uma forma de agradá-lo e de fazer com que ele viesse em auxílio dos homens contra as poderosas forças da natureza. Tal hipótese também não se sustenta: 1- Não resolve o problema histórico, pois todas as civilizações conhecidas adoravam algum deus, logo, não há explicação para quais foram os primeiros homens a instituírem a religião em seu cotidiano; 2- O grande desenvolvimento científico e tecnológico obtido pelo homem deveria ter sido suficiente para afastar o temor em relação à natureza. O homem “tecnológico” não precisaria mais da “ajuda” da religião. Entretanto, ao contrário disso, a realidade nos mostra um grande paradoxo: o homem desenvolveu a tecnologia de forma jamais vista antes, tem grande conhecimento a respeito da natureza, contudo, de forma majoritária permanece fortemente religioso. 3- Nessa hipótese constata-se que não é Deus quem criou o homem, mas sim o homem quem criou um deus conforme suas necessidades, o que vai de encontro à própria ideia de religião, que é adorar um ser superior, mais poderoso. A lógica desse ponto de vista não se sustenta, pois um ser inferior não tem condições de criar um ser superior para chamá-lo de “deus” e adorá-lo.

As hipóteses histórica e psicológica não são suficientes para explicar a origem da religião porque partem do ponto de partida equivocado. Qualquer tentativa de explicar a origem da religião a partir do homem será frustrada, pois a religião não foi criada pelo homem, a adoração a um ser superior não partiu do homem para satisfazer suas necessidades. A religião foi criada por Deus, a necessidade de adoração foi instituída por Deus e colocada no coração do homem quando ele foi criado.

Aqui, ficamos apenas com duas opções: 1- a religião é tolice porque Deus não existe ou, se existe, é totalmente incognoscível; ou 2- a religião é verdadeira, mas requer e pressupõe a existência e a revelação de Deus em um sentido rigorosamente lógico e científico. Logo, todos que admitem a existência da religião (e a prática de todos os povos conhecidos comprova sua efetiva existência) são forçados a admitir que a religião somente é possível em razão da existência de Deus e de sua autorrevelação ao homem.

“(...) A conclusão da investigação acima não pode ser outra senão que temos de escolher outro ponto de partida e seguir outro método. A essência e a origem da religião não podem ser explicadas por meio dos métodos histórico e psicológico: seu direito de existir e seu valor não podem ser mantidos por esses meios. Não é possível (tentar) entender a religião sem Deus. Deus é o grande pressuposto da religião. Sua existência e sua revelação são o fundamento sobre o qual repousa toda religião humana. (...)”[2]


5. MÉTODO DE ESTUDO
Como dito em tópico anterior, para ser possível existir religião é necessário que Deus se revele ao homem. A revelação é o requisito indispensável em todas as religiões existentes. O homem somente pode conhecer algo a respeito de Deus se o próprio Deus se revelar ao homem. O finito, o limitado, o ser criado não tem condições de descobrir qualquer coisa a respeito do infinito, do ilimitado, do Criador, exatamente porque lhe falta capacidade de sequer se aproximar de Deus. A religião ocorre por meio de uma relação do homem com Deus, e para isso ser possível é necessário que Deus se faça cognoscível ao homem.

A necessidade da revelação é comprovada por outra consideração. O objetivo principal do homem na religião é obter a salvação, a redenção, a libertação do mal. A grande pergunta é: O que devo fazer para ser salvo? A religião é o meio utilizado pelo homem para obter de Deus a resposta para essa pergunta crucial. E essa resposta só pode ser obtida através da comunicação de Deus com o homem. É Deus quem se revela ao homem e diz o que ele precisa fazer para ser salvo.

Logo, o método de estudo da Teologia Sistemática compreende o exame exaustivo, tanto quando possível, das fontes por meio das quais Deus se revelou ao homem.


6. FONTES
Quais são as fontes que Deus utilizou para revelar-se, descobrir-se ao homem? A Teologia Sistemática distingue duas fontes de revelação divina: a geral e a especial.

6.1. REVELAÇÃO GERAL
A revelação geral compreende a criação e as relações gerais de Deus com o homem. Por meio da criação, Deus revelou ao homem vários dos seus atributos (características), como poder, conhecimento, bondade, entre outros. Estudar as coisas criadas é uma das formas dadas por Deus ao homem para conhecê-lo e adorá-lo. Da mesma forma, ao relacionar-se com o homem, Deus faz conhecidos outros atributos, como amor, misericórdia, imensidão etc. A revelação geral é denominada “a luz divina que ilumina todos os homens”.

Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos. Sl 19.1

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim como seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis. Rm 1.20


6.2. REVELAÇÃO ESPECIAL
A revelação especial está fundamentada na obra redentora de Deus, efetuada por Jesus Cristo, e tem o objetivo de suprir as necessidades espirituais e morais do homem e restaurar sua comunhão com Deus. Através da revelação especial o homem é restaurado pela obra redentora de Cristo e recebe de Deus as “ferramentas” necessárias para ouvir, entender e obedecer Sua vontade: nova mente, novo coração e a fé. O Espírito Santo passa a habitar nesse novo homem que deseja intensamente adorar a Deus como manifestação de gratidão pela redenção.

Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Mt 11.27

Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. 1 Pe 1.13


7. BIBLIOGRAFIA
BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada: volume 1; traduzido por Vagner Barbosa. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.

BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã; traduzido por Joaquim Machado. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática; traduzido por Odayr Olivetti. 4ª Edição Revisada. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.

TURRENTINI, François. Compêndio de Teologia Apologética: volume 1; traduzido por Valter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2011.




[1] BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada; traduzido por Vagner Barbosa. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p. 269.
[2] Id., p. 276.