sábado, 21 de março de 2015

Dons Espirituais - aula 08 - Dom espiritual de administração ou governos


DONS ESPIRITUAIS


AULA 08


DOM ESPIRITUAL DE ADMINISTRAÇÃO OU GOVERNOS


Base bíblica: I Co 12.28

A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.


Definição:

O possuidor deste dom espiritual é motivado por Deus a pensar nos problemas da Igreja em busca de soluções práticas. Gosta de colaborar no planejamento dos trabalhos e na tomada de decisões. Compreende os alvos de Deus a curto, médio ou longo prazos; formula e executa planos para alcançá-los por etapas, alcançando um objetivo por vez até chegar ao alvo.


Palavras-chave:

 - pensar nos problemas da Igreja em busca de soluções práticas

- colaborar no planejamento dos trabalhos e na tomada de decisões

- compreender os alvos de Deus a curto, médio ou longo prazos

- formular e executar planos para alcançá-los por etapas, alcançando um objetivo por vez até chegar ao alvo


O Senhor Deus é o governador de todos os povos.

Alegrem-se e exultem as gentes, pois julgas os povos com equidade e guias na terra as nações. Sl 67.4


O possuidor do dom espiritual de administração é quem dirige um grupo para alcançar um alvo escolhido. É o timoneiro do barco.

Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. Tg 3.4


Diferenças entre os dons de liderança e administração

LIDERANÇA
ADMINISTRAÇÃO
Compreende os propósitos de Deus para determinado grupo de pessoas
Compreende o que deve ser feito para alcançar as metas propostas pelo líder do grupo
Estabelece metas para alcançar os propósitos de Deus
Estabelece e executa o planejamento com o objetivo de alcançar as metas propostas pelo líder
Responde diretamente a Deus
Responde diretamente ao líder do grupo
É o capitão do navio
É o timoneiro do navio
 
Os dois dons são mutuamente excludentes, ou seja, uma pessoa não pode ter os dois dons.
 


Um líder não deve sentir-se ameaçado por uma pessoa com o dom de administração. Os dois dons (liderança e administração) são presentes dados por Deus e são igualmente essenciais para o bom desenvolvimento do Corpo de Cristo.

O líder deve rogar incessantemente a Deus para que coloque ao seu lado administradores fiéis e piedosos, que possam dividir com ele a grande responsabilidade de guiar pessoas a compreender e cumprir a vontade de Deus em suas vidas.

Nunca podemos perder de vista que o exercício desses dois dons, assim como de todos os demais, tem o objetivo de glorificar a Deus e fazer o Seu Nome conhecido em todos os lugares.


Características:

- Planeja e organiza o trabalho pelo qual é responsável, com entusiasmo e motivação. Faz o mesmo ao colaborar com o trabalho dos outros.

- Inicia ou mantém um trabalho bem organizado, de modo a alcançar os objetivos planejados com prioridade, por sentir-se responsável diante de Deus. Geralmente prefere trabalhar na administração de uma equipe ou grupo sob a liderança de outra pessoa que saiba liderar bem, em vez de ser ele próprio o administrador e líder.

- Fica nos bastidores aguardando o chamado do líder para assumir a responsabilidade administrativa de um grupo.

- É muito prático. Reconhece e quer adotar as ideias realizáveis, rejeitando as inviáveis, sejam dele ou de terceiros. Quer trabalhar com alvos nítidos e realistas. Na falta destes, sente que está perdendo tempo, pois, sem objetivos, é impossível controlar o desenvolvimento do projeto e do grupo.

- Tem capacidade de organizar ideias e planejar o uso de recursos, pessoas e tempo para alcançar um alvo previamente estabelecido.

- Gosta de formular planos detalhados e com sequência cronológica, prevendo questões a serem resolvidas no decorrer de sua execução.

- Sente-se realizado quando os planos são executados, os alvos alcançados e há satisfação geral.

- Em um grupo desorganizado, onde não há um líder, assume a liderança caso outra pessoa do grupo não o faça, por não tolerar desorganização nas coisas de Deus, embora prefira não liderar.

- Tem capacidade para distinguir entre tarefas que podem ser delegadas e outras que não podem.

- Está disposto a reestruturar um grupo ou os planos do grupo, quando detecta pontos fracos na sua organização ou administração. Isso acontece principalmente quando ele é convidado a integrar um grupo já existente, como por exemplo uma sociedade interna ou projeto social da Igreja.

- Evita, sempre que possível, trabalhar com pessoas desorganizadas.

- Entende que é importante e, às vezes, necessário introduzir mudanças para o bem do trabalho do Senhor. Poderá ter dificuldade em administrar um grupo com pessoas resistentes a mudanças.

- Tem facilidade em aproveitar ideias que funcionam em outro lugar, adaptando-as à sua situação.

- Quando tem uma ideia para a área de sua responsabilidade, quer espaço para desenvolvê-la na fase inicial, para ter certeza que seus propósitos estão sendo realizados.

- Sente que é preciso “pisar no freio” quando alguns querem, no entusiasmo do momento, levar o grupo rapidamente a um novo tipo de envolvimento. Tem facilidade para detectar e repelir rapidamente ideias impraticáveis.


Erros e perigos que o possuidor do dom deve evitar:

- Não estar sintonizado com o líder. Pela facilidade que tem de organizar um projeto, involuntariamente pode ameaçar a segurança de pessoas no cargo de liderança, principalmente se tais pessoas não tiverem o dom espiritual de liderança.

- Estar tão convencido de suas próprias opiniões sobre a maneira de realizar um projeto pode levá-lo a não incentivar o debate, desvalorizando os componentes do grupo. Ressente-se de não saber ouvir críticas.

- Menosprezar e/ou criticar a pessoa com dom de liderança, por entender que sua maneira de administrar beneficia mais o grupo. Não perceber que seu lugar é ao lado do líder, como seu braço forte.

- Olhar as pessoas apenas como “recursos” para a realização de um projeto, por valorizar mais projetos que pessoas. Esquece-se que os projetos são meios dados por Deus para que as pessoas alcancem Sua vontade.

- Por não admitir que o trabalho de Deus seja mal organizado, pode provocar problemas de relacionamento com os responsáveis por um projeto desorganizado. Poderá até mesmo interpretar mal o caráter dessas pessoas e se afastar delas.

- Pode ser um fracasso como servo do Senhor e como canal pelo qual Deus transmite verdadeiras bênçãos espirituais. Isso ocorre quando ele abandona a orientação do Espírito Santo e prioriza técnicas humanas de administração, valorizando resultados em detrimento das pessoas.

-  Ficar impaciente, irritado e insatisfeito quando precisa trabalhar com pessoas desorganizadas, tendo dificuldade de se adaptar a elas. Às vezes recusa a colaboração de tais pessoas e pode ser tido com “antipático”. Perde a oportunidade de atrair pessoas para mais perto do Senhor por meio do exercício dos outros dons.

- Sentir-se “vocacionado” por Deus para criticar as decisões administrativas erradas tomadas pela liderança. As críticas constantes podem dividir o grupo e até mesmo a Igreja.


Responsabilidade dos cristãos em geral:

Os cristãos que não possuem o dom de administração também devem se esforçar para administrarem bem sua própria vida, seu lar, seu trabalho e estudos, como forma de glorificar a Deus e fazer Seu Nome conhecido.

Administrar bem sua própria vida é uma forma de gratidão a Deus pelo que Ele fez em nossas vidas.

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. I Pe 4.10


Áreas onde o dom espiritual pode ser utilizado:

- Lares
- Estudos (escola/faculdade)
- Trabalho
- Sociedades internas da Igreja
- Conselho e Junta Diaconal
- Escola Dominical
- Projetos específicos da Igreja
  

Dons Espirituais - aula 07 - Dom espiritual de liderança ou presidir


DONS ESPIRITUAIS


AULA 07


Dom espiritual de liderança ou presidir



DOM ESPIRITUAL DE LIDERANÇA OU PRESIDIR


Base bíblica: Rm 12.8

o que preside, com diligência; (...)


Definição:

O possuidor deste dom espiritual é motivado por Deus para ser o canal através do qual Ele comunicará aos demais cristãos seus propósitos. Tem alegria em mobilizar e motivar os cristãos a trabalharem unidos, voluntária e harmoniosamente, para cumprir os alvos estabelecidos pelo Senhor.


Palavras-chave:

 - comunicar aos demais cristãos os propósitos de Deus

- mobilizar e motivar os cristãos a trabalharem unidos, voluntária e harmoniosamente

- levar os cristãos a cumprirem os propósitos estabelecidos pelo Senhor


Deus sempre foi o líder supremo do seu povo, indo à frente para o guiar.

O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite. Ex 13.21-22

Tu me guias com teu conselho e depois me recebes na glória. Sl 73.24


Jesus Cristo se mostrou o líder por excelência, guiando cuidadosamente suas ovelhas.

As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Jo 10.27


O Espírito Santo guia os cristãos ao caminho da verdade.

Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Jo 16.13


As Escrituras guiam o cristão no caminho do Senhor.

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos. Sl 119.105


A liderança exercida pelos ímpios é totalmente diferente da liderança ensinada por Deus em sua Palavra.

Características da liderança dos ímpios:

- é fundamentada no poder político ou econômico;

- é exercida em benefício do próprio líder e dos que estão próximos a ele;

- os demais liderados (a “grande massa”) recebem o mínimo necessário para ficarem satisfeitos e não se insurgirem contra o líder;

- o líder faz o que for necessário para manter-se na liderança, no exercício do poder.


As Escrituras ensinam que a principal característica do líder cristão é ser servo dos liderados (exercício da humildade).

Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Mt 20.25-28

Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa, perguntou-lhes: Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos laveis os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Jo 13.12-15


Características:

- Se não existir liderança constituída em um grupo, é motivado para assumir esta responsabilidade imediatamente. Atua como ímã, atraindo outros que aceitam espontaneamente a liderança/autoridade dele. Inspira confiança nas pessoas, que passam a acreditar que ele sabe para onde vão e qual o próximo passo para chegar lá.

- Está disposto a se responsabilizar por outras pessoas. Importa-se com os liderados e cuida deles.

- É uma pessoa de visão. Tem percepção de todos os aspectos de uma situação, e é capaz de propor e esclarecer alvos a longo prazo.

- Compromete-se com uma causa no Reino de Deus, como, por exemplo, uma Igreja ou uma sociedade interna já estruturada, que o Espírito confirma em seu coração. Não deseja ser, ele mesmo, a “causa”.

- Tem a capacidade criativa de perceber várias soluções do mesmo problema ou oportunidade. Constantemente tem ideias novas. Aceita discutir e está disposto a mudar de opinião e de ideia, se for o melhor para o grupo. Não se importa que outros adotem e desenvolvam suas ideias.

- Admite a impossibilidade de fazer tudo sozinho e reparte as tarefas aos outros, que se sentem valorizados.

- Com a finalidade de coordenar e fazer render as atividades do seu grupo, procura atender imediatamente as necessidades do mesmo. Tem uma atitude humilde e serviçal para com os liderados.

- Esforça-se por manter a harmonia do grupo, pois a participação dos liderados é essencial para o desenvolvimento dos projetos propostos.

- Deseja atingir os objetivos com a maior rapidez possível. Quer aceitar um novo desafio logo após ter concluído o anterior. “Presidir com diligência” significa, basicamente, “com rapidez e êxito”.

- Tem a capacidade de tomar decisões rapidamente.

- Tem coragem de enfrentar riscos; toma decisões pelo e para o grupo, quando este está paralisado por discussões intermináveis.

- Sabe aceitar e arcar com a eventual solidão que a liderança pode trazer.

- A maturidade física e espiritual e o bom testemunho são fatores-chave para que o possuidor deste dom possa ganhar a confiança do grupo para exercer bem suas tarefas.


Erros e perigos que o possuidor do dom deve evitar:

- Cooperar somente quando lidera, mas “abandonar o barco” quando não está na liderança do grupo.

- Deixar de perceber a necessidade de ter auxiliares capazes de levar suas ideias a funcionarem na prática.

- Impor a execução de uma ideia própria, contra a vontade do grupo, e falhar na execução do projeto. O líder acabar por decepcionar as pessoas e fica desacreditado.

- Incentivar os componentes do grupo a se esforçarem por uma “causa legítima”, mas acabar sendo ele mesmo a “causa” que une o grupo, abandonando os propósitos do Senhor.

- Ser desacreditado como líder espiritual por falhar como seguidor do Líder Supremo (Cristo), por demonstrar orgulho ao invés de humildade. Passa a manipular as pessoas que não aceitam espontaneamente sua liderança, especialmente seus opositores.

- Preocupar-se excessivamente com os objetivos e programas organizacionais, no sentido global, com vistas à própria projeção e, consequentemente, esquecer-se dos sentimentos e necessidades espirituais das pessoas.

- Impressionar-se indevidamente com sua capacidade de compreender os propósitos de Deus antes do demais e se supervalorizar, esquecendo-se da sua condição de servo de Deus e das pessoas. Liderar bem é sua responsabilidade (obrigação) no Corpo de Cristo.

- Levar os liderados a caminhos errados, não pela vontade de Deus, mas por lhe faltarem condições de exercer a liderança. Isso pode acontecer por falta do preparo espiritual e/ou emocional adequados ou por acomodação na liderança e esquecimento dos propósitos de Deus, liderando com sua própria força (“carisma pessoal”).

- Confiar demais nas suas ideias e pensar sempre que elas são a vontade de Deus para o grupo.

- Propor objetivos que no momento são muito difíceis de serem alcançados ou propor seguidos objetivos, sem perceber o grau de maturidade do grupo. Isso causa confusão e desânimo nas pessoas.
- Envolver-se demasiadamente na obra do Senhor, ultrapassando seus limites físicos ou emocionais, e, consequentemente, sofrer estresse ou esgotamento que o impossibilitarão de continuar o exercício do dom.

- Sentir-se deprimido pela solidão advinda do exercício da liderança, se sua vida espiritual não for constantemente fortalecida pela comunhão íntima com o Senhor.


Responsabilidade dos cristãos em geral:

Os cristãos que não possuem o dom de liderança também devem se esforçar para serem bons líderes em determinadas áreas, como com os filhos, irmãos mais novos, vizinhos, familiares não-cristãos etc.

Vos sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. Mt 5.14-16


Áreas da Igreja onde o dom espiritual pode ser utilizado:

- Lares
- Grupos familiares
- Sociedades internas
- Junta Diaconal e Conselho
- Projetos específicos elaborados pela Igreja


domingo, 8 de março de 2015

Dons Espirituais - aula 06 - Dom espiritual de ensino


DONS ESPIRITUAIS


AULA 06


Dom espiritual de ensino



DOM ESPIRITUAL DE ENSINO

Base bíblica: Rm 12.7

ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; (...)


Definição:

O possuidor deste dom espiritual é motivado por Deus para ser o canal através do qual Ele suprirá a necessidade que as pessoas têm de entender melhor a Palavra de Deus. Quer tornar a Palavra cada vez mais conhecida, compreendida e aplicada, levando o cristão a afinar sua vontade com a vontade de Deus.


Palavras-chave:

- suprir a necessidade que as pessoas têm de entender melhor a Palavra de Deus

- tornar a Palavra cada vez mais conhecida, compreendida e aplicada

- levar o cristão a afinar sua vontade com a vontade de Deus


O Senhor Jesus Cristo era chamado de Mestre tanto pelos seus discípulos como pelos seus adversários.

Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: o Mestre chegou e te chama. Jo 11.28

Vos me chamais Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Jo 13.13

E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Mt 19.16

Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. Jo 3.2


Jesus apontava Deus Pai como seu Mestre.

Disse-lhes, pois Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, saberei que EU SOU e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou. Jo 8.28


Deus se revelou ao povo de Israel como seu Mestre.

Assim diz o SENHOR, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o SENHOR, o teu Deus, que te ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar. Is 48.17


O Espírito Santo continuaria a ensinar a seus filhos tudo que eles precisariam saber para manterem-se firmes no caminho do Senhor.

Porque o Espírito Santo vos ensinará, naquela mesma hora, as coisas que deveis dizer. Lc 12.12

quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Jo 16.13

E lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar; não lhes negaste para a boca o teu maná; e água lhes deste na sua sede. Ne 9.20


Ao contrário da maioria dos demais dons, o exercício do dom espiritual de ensino é grandemente afetado pelo grau de estudo de quem o possui.

É evidente que todas as pessoas agraciadas por Deus com este dom serão capacitadas a desenvolverem um ministério proveitoso no Corpo de Cristo; entretanto, pessoas com menor grau de instrução serão usadas por Deus de modo diferente de outras que tiveram o privilégio de estudar em seminários, conhecer outras línguas etc.


Características:

- É preparado por Deus de modo especial para esclarecer sua Palavra de maneira atraente e compreensível e indicar sua aplicação nos dias de hoje.

Respondeu-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar. Ex 4.11-12


- Preocupa-se em conhecer tudo o que está ao seu alcance sobre o tema bíblico e sente que tem uma grande responsabilidade diante de Deus e do Corpo de Cristo para transmitir este ensino.

- Sente fascinação pelo estudo demorado das coisas de Deus. Tem prazer em pesquisar para validar a verdade daquilo que ensina. Pode ter maior prazer e alegria em pesquisar e em aprender um assunto do que na apresentação do tema para outros. Geralmente tem um grande “arquivo” mental ou escrito onde guarda suas pesquisas.

- Questiona e verifica aquilo que lhe é ensinado por outros sobre as coisas de Deus para poder transmitir tal ensino, posteriormente, com segurança.

- No seu preparo, tem grande curiosidade pelo sentido exato das palavras. No seu ensino, faz questão de usar a palavra exata e de esclarecer o sentido das palavras nas línguas originais, quando possível. Quer que os outros que ensinam façam o mesmo.

- Quer comparar Escritura com Escritura, verdade com verdade, o Velho com o Novo Testamento, procurando descobrir o “pensamento” de Deus sobre o assunto. “Liga coisa com coisa”, percebendo, assim, verdades em um nível mais profundo que os demais.

- Quer que seus ouvintes compreendam todos os aspectos possíveis do assunto estudado (culturais, geográficos, sociais, políticos etc), para facilitar a percepção de verdades que a simples leitura do texto não lhes proporcionariam.

- Resiste ao uso de ilustrações bíblicas fora do contexto.

- Não gosta de ficar preso ao ensino preparado por outros (ex: lição da Escola Dominical), prefere expor o assunto à sua própria maneira; está disposto a gastar o tempo necessário para se preparar.

-  Sente-se muito pouco à vontade quando não se prepara adequadamente. Tem forte tendência de evitar ensinar “de última hora”. Nessas situações, se oferece para ensinar outro assunto, no qual esteja melhor preparado.

- Prefere conversar sobre ideias, doutrina ou interpretação de passagens bíblicas e facilmente se desinteressa por assuntos corriqueiros. Em certas circunstâncias, afasta-se do convívio familiar e dos amigos para estudar mais demoradamente.

- Exerce seu dom principalmente entre os cristãos que têm algum grau de maturidade. Tende a ser minucioso demais para novos crentes e pessoas apenas interessadas. Pode preparar outros irmãos para trabalhar com elas.


Uma boa descrição dos cristão com o dom espiritual de ensino encontra-se em Mateus 22.16:

E enviaram-lhe discípulos, juntamente com os herodianos, para dizer-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus, de acordo com a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens. Mt 22.16


Importante ressaltar que tais palavras foram ditas pelos adversários de Jesus, que pretendiam logo à frente colocarem o Senhor em dificuldade, o que, sabemos, foi em vão.

Os cristãos que se preocuparem em exercer fielmente seu dom serão reconhecidos até mesmo pelos adversários como verdadeiros mestres separados por Deus para esse ofício, e certamente serão duramente perseguidos por isso.


Erros e perigos que o possuidor do dom deve evitar:

- Considerar desleixados ou pouco espirituais pessoas com o cargo de professor na igreja, mas sem o dom, por não serem tão eficazes no seu ensino bíblico quanto ele.

- Preocupar-se demasiadamente quando presencia um cristão sem este dom dando aulas sem ter a capacidade de comunicar adequadamente o conteúdo aos ouvintes. Pode ficar frustrado a ponto de sentir-se mal ou de querer retirar-se.

- Omitir aplicação prática que coloca o ensino bíblico ao alcance do aluno do dia-a-dia. Faz isto por priorizar o ensino em si ou por não reservar tempo suficiente para a aplicação.

- Dependendo do auditório, perdê-lo por ser enfadonho ou seco, transmitindo pormenores minuciosos que não interessam os ouvintes no momento.

- Sentir-se frustrado quando obrigado pelas circunstâncias a exercer o dom sem o preparo adequado. Não ficar à vontade nem sentir alegria no ensino.

- Interessar-se demasiadamente por uma faceta da vontade de Deus a ponto de ficar fanático na sua interpretação, mas conquistar as pessoas apenas por ter facilidade de convencimento na apresentação do tema. O perigo é perder a visão global dos princípios divinos para o Corpo de Cristo.

- Ser considerado ou considerar-se o “Sr. Oráculo”, tentado ao orgulho intelectual ou espiritual. Perder de vista a Fonte de sua capacitação por alimentar-se dos elogios que recebe.

- Falar por si mesmo, ensinando sua versão da verdade e não a verdade de Deus. Julgar-se o “dono da verdade”.

Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. Tg 3.1


- Ensinar princípios bíblicos sem procurar vivê-los, perdendo assim sua autoridade.


Diferenças entre talento para ensinar e dom espiritual de ensino

TALENTO
DOM ESPIRITUAL
Presente desde o nascimento
Acompanha o novo nascimento
Comunica qualquer assunto do interesse e da competência do possuidor
Comunica exclusivamente as verdades de Deus contidas nas Escrituras
Opera na sociedade e no Corpo de Cristo pela capacitação natural
Opera na Igreja e em trabalhos relacionados, pela graça de Deus e no poder do Espírito


Responsabilidade dos cristãos em geral:

Os cristãos que não tem o dom de ensino também devem se esforçar para ensinar as verdades das Escrituras, de acordo com sua capacidade e com as circunstâncias, sempre com o objetivo de glorificar a Deus pelo correto ensino da sua Palavra.

Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos. Dt 11.19

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele. Pv 22.6


Áreas da Igreja onde o dom espiritual pode ser utilizado:

- Lares
- Escola Dominical
- Estudo bíblico individual
- Estudo bíblico em grupos
- Exposições em cultos públicos de estudo bíblico
- Preparação de estudos escritos para sites ou blogs