DONS ESPIRITUAIS
AULA 03
Dons espirituais
de misericórdia e
de repartir ou
contribuir
DOM ESPIRITUAL DE
MISERICÓRDIA
Base bíblica: Rm 12.8
(...) o que exerce misericórdia, com alegria.
Definição:
O possuidor do
dom espiritual de misericórdia é motivado por Deus para ser o canal através do
qual Ele suprirá necessidades do próximo que sofre, ouvindo-o e
compreendendo-o. Diante das oportunidades, quer ser um instrumento de Deus,
compreendendo e aliviando o sofrimento alheio. Misericórdia é o dom que permite
a seu possuidor encarar uma pessoa com amor, esquecendo-se de si próprio, e
participar da vida do outro com respeito profundo por ele como membro do Corpo
e também por aqueles que ainda não fazem parte do Corpo de Cristo.
Palavras-chave:
- ouvir e
compreender alguém que sofre
- esquecer de si
próprio
- sofrer o
sofrimento alheio
- ter amor tanto
pelos cristãos como pelos ímpios
- objetivo: aliviar o sofrimento alheio
Características:
- Identifica-se
espontaneamente com indivíduos, tanto cristãos como ímpios, em seus problemas
físicos, mentais ou emocionais. É atraído pelos aflitos e sente na pele o que
eles sentem. É sensível àquilo que machuca os outros, que sejam palavras, atos
ou atitudes. Deseja tirar mágoas e colaborar para o restabelecimento da pessoa.
Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Rm 12.15
Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem
mais tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis maltratados. Hb
13.3
- Sua compreensão
do sofrimento alheio leva-o a manifestar compaixão genuína, em ações práticas
que reflitam o amor de Cristo e aliviem o sofrimento.
Abre a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado. Pv 31.20
Eu me fazia de olhos para o cego e de pés para o coxo. Dos necessitados
era pai e até as causas dos desconhecidos eu examinava. Jó 29.15-16
- Tem a capacidade de discernir motivos
sinceros ou não. A mesma energia que demonstra compaixão transforma-se em indignação
contra a falsidade. É fechado para os insinceros; quando possível, evita
maiores contatos com eles, por ter aversão à hipocrisia, por não saber lidar
bem com tais pessoas e por receio de ser explorado por eles.
- Por outro lado,
relaciona-se fácil e espontaneamente com as pessoas mais diversas. Reconhece
que há gente de difícil relacionamento, mas gosta de aproximar-se delas por
sentir que são vítimas de problemas complexos e precisam de compreensão.
Prefere relacionar-se com cada um individualmente.
- Está aberto a
envolver-se com pessoas que, aos olhos dos demais, não são merecedoras de
atenção. Ex: mães solteiras, viciados.
- Aprecia pessoas
que são sensíveis às necessidades e sentimentos alheios. Gosta de se relacionar
com tais pessoas, mesmo que não sejam cristãs.
- Costuma ficar
acordado durante a noite pensando no problema da pessoa e como pode ajudá-la.
- É um canal
através do qual Deus age transmitindo o bálsamo de sua presença e compreensão.
Frequentemente, a pessoa ajudada percebe a ação divina no alívio do seu
sofrimento e é atraída para perto de Deus.
Erros e perigos que o possuidor do dom deve evitar:
- Orgulhar-se de
sua capacidade de compreender bem as pessoas e menosprezar os cristãos que não
tem esse dom, por serem menos compreensivos com os outros.
- Tomar as dores
do outro pode levá-lo a tomar para si a ofensa alheia e ir à briga.
- Sentir-se usado
e desgastado por ser tão procurado por pessoas com problemas, sem que outros
percebam que ele também tem problemas e necessita ser ouvido e compreendido.
- Enfrentar
situações delicadas pelo desejo de aliviar a aflição emocional de alguém do
sexo oposto. Tanto a pessoa ajudada quanto outros poderão entender mal as boas
intenções.
- Pode achar
difícil disciplinar os filhos por faltar-lhe firmeza.
- Compartilhar com
alguém de sua confiança detalhes privados da vida de uma pessoa que está
auxiliando, pela necessidade e urgência em encontrar uma solução para o
problema, e posteriormente perceber que a informação tornou-se pública.
- Marginalizar
pessoas, por entender erroneamente que elas não estão sendo sinceras, e deixar
de agir no amor e na direção de Deus para ajudá-las.
Responsabilidade dos cristãos em geral:
Os cristãos que não tem o dom de misericórdia
devem se esforçar para serem generosos e misericordiosos com os que precisam de
ajuda, pois esta é uma ordem de Jesus Cristo, que deu o exemplo por toda a sua
vida.
O opróbrio (vexame) partiu-me o coração, e desfaleci; esperei por piedade, mas
debalde; por consoladores, e não os achei. Sl 69.20
Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não
tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiverem
carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós
lhes disser: Ide em paz, e aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o
necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não
tiver obras, por si só está morta. Tg 2.14-17
Áreas da Igreja onde o dom espiritual pode ser
utilizado:
- Aconselhamento
- Visitação
- Acompanhamento
de idosos, enfermos e crianças
- Arrecadação de
donativos para situações específicas e urgentes
DOM ESPIRITUAL DE
REPARTIR OU CONTRIBUIR
Base bíblica: Rm 12.8
(...) o que contribui, com liberalidade (...)
Definição:
O possuidor do
dom espiritual de repartir é motivado por Deus para ser o canal através do qual
Ele suprirá as necessidades materiais de indivíduos ou grupos. Toma a
iniciativa, dentro de suas possibilidades, de suprir a necessidade ou de
cooperar com outros para fazê-lo. Sua maneira de agir, ao exercer este dom,
dependerá muito dos demais dons que possui.
Palavras-chave:
- percebe
necessidades materiais de indivíduos ou grupos
- toma a
iniciativa
- objetivo: suprir
necessidades materiais de indivíduos ou grupos
- modo de agir
dependerá muito dos demais dons que possui
Características:
- Como expressão
do amor de Deus em sua vida, é motivado a repartir, benigna e generosamente, o
que tem com pessoas necessitadas, dentro ou fora do Corpo de Cristo. Sua
primeira reação, quando toma conhecimento de uma necessidade material, é o
desejo de contribuir.
- Percebe, por
orientação do Espírito Santo, onde e quando Deus quer utilizar os bens que
estão sob sua responsabilidade. Sabe quantos recursos devem ser repartidos, e,
por isso, não sofre pressões de apelos financeiros, por mais válidos que sejam.
- Alegra-se quando
toma conhecimento que sua oferta é resposta de orações e que chegou na hora
certa e supriu ou ajudou a suprir uma necessidade.
- Sente muita
alegria em ser um canal para suprir necessidades materiais no trabalho do
Senhor, seja perto ou longe. Identifica-se com missionários e obreiros e pensa
em si próprio como um verdadeiro cooperador na obra e como membro da equipe. É
um sustentador fiel do trabalho missionário.
- Com sua
percepção espiritual, está atento a necessidades materiais que outros podem
ignorar ou negligenciar. Tende a ficar envolvido no problema até a solução.
- Fica
entristecido e até mesmo revoltado quando outros crentes com algum recurso
tomam conhecimento de uma necessidade material legítima, mas permanecem
indiferentes.
- Tem capacidade
de fazer compras e investimentos de forma sensata.
- Sente que tem a
responsabilidade de incentivar e motivar a generosidade dos outros. Faz isso
propondo e apoiando campanhas de ofertas especiais, e também pelo seu exemplo
constante.
- Deseja
grandemente ver o uso responsável dos recursos da Igreja. Quer interferir em um
projeto para o qual contribui, quando percebe que este está se desviando dos
propósitos do Senhor.
- Deseja repartir
discretamente e evita a publicidade. Pode até mesmo contribuir de forma
anônima.
Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua
mão direita. Mt 6.3
- Tem pouco
interesse em coisas materiais. Adquire o necessário, cuida daquilo que tem, mas
prefere investir seus recursos no auxílio dos necessitados.
- Tem convicção de que a vida cristã autêntica
inclui e requer liberalidade e que Deus, através do exercício deste dom, se
torna mais real na vida de muitos, que O glorificam.
Erros e perigos que o possuidor do dom deve evitar:
- Criticar
cristãos que não demonstram a mesma atitude generosa dele, por não entenderem
que trata-se de um dom espiritual.
- Medir a
maturidade espiritual dos cristãos pela contribuição financeira que fazem.
- Ceder às
pressões para contribuir quando não recebe a orientação do Espírito Santo, para
se livrar de pessoas insistentes ou para evitar ser mal compreendido. Não há
alegria nessa contribuição, pois não houve o exercício do seu dom.
- Tentar controlar
um projeto no trabalho de Deus, preocupado com sua contribuição (talvez
grandiosa) investida ali.
- Por querer suprir rapidamente uma necessidade material, poderá prejudicar o relacionamento do necessitado com Deus e a compreensão da obra que Deus faz em sua vida.
- Assumir muitos
compromissos financeiros e mantê-los além do necessário, segundo a obra de Deus
na vida do necessitado.
- Ser limitado no
exercício do dom por ser casado com uma pessoa ímpia ou com um cristão sem este
dom e sem a correta compreensão do mesmo.
Responsabilidade dos cristãos em geral:
Os cristãos que não tem o dom de repartir
devem ser generosos e contribuir com alegria, sempre que possível e de acordo
com suas posses, pois esta é uma forma de demonstrar o amor de Deus pelos
necessitados.
Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza
ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. II Co 9.7
O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele esconde os olhos será
cumulado de maldições. Pv 28.27
Áreas da Igreja onde o dom espiritual pode ser
utilizado:
- Junta Diaconal
- Sustento de
missionários e obreiros
- Campanhas
específicas de arrecadação de recursos
- Gestão dos
recursos de determinada área da Igreja
- Primeiro passo
para aprofundamento de relacionamentos e evangelização