sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Jesus Cristo no Antigo Testamento - aula 10 - Jeremias 23.1-8


- Contexto histórico
- A acusação do Senhor
- A determinação do Senhor
- A promessa do Senhor
- A libertação do Senhor
- Conclusão
- Referências bibliográficas


CONTEXTO HISTÓRICO

Jeremias foi chamado por Deus para ser profeta desde o reinado de Josias até o exílio do povo na Babilônia, o que compreendeu um período de 40 anos.

O início do seu ministério foi marcado pela reforma promovida pelo rei Josias, certamente um período de ascensão espiritual do povo de Judá. Porém, ao que tudo indica os efeitos dessa reforma não foram duradouros, pois a profecia de Jeremias é quase que totalmente marcada pela advertência contra as práticas imorais do povo e da liderança.

“(...) Jeremias nasceu durante os últimos dias do reinado do rei Josias, o último dos bons reis de Judá. O surgimento do profeta se deu nos dias de declínio moral, político e religioso do povo de Judá, que terminou no exílio da Babilônia. Quando Deus chamou Jeremias, ele era ainda jovem e passou a prepará-lo de imediato para que servisse como profeta para as nações. Ele era da família de sacerdotes, chamado para ser profeta em um tempo de muita infelicidade. (...)”
BÍBLIA DA LIDERANÇA CRISTÃ. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007. p. 639.


Seu ministério foi muito difícil, pois desde o início ele sabia que deveria pregar insistentemente, mas o povo não lhe dava ouvidos, conforme antecipado pelo Senhor a ele.

Dir-lhes-ás, pois, todas estas palavras, mas não te darão ouvidos; chamá-los-ás, mas não te responderão. Dir-lhes-ás: Esta é a nação que não atende à voz do SENHOR, seu Deus, e não aceita a disciplina; já pereceu, a verdade foi eliminada da sua boca. Jr 7.27-28


A ACUSAÇÃO DO SENHOR

Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! – diz o SENHOR. Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas eu cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o SENHOR. Jr 23.1-2


O texto começa com uma severa acusação feita pelo próprio Deus contra os pastores de Judá.

A palavra “pastores” utilizada no texto refere-se tanto aos vários reis maus que governaram Judá e Israel, como também aos profetas e sacerdotes que não observavam a lei de Deus e praticavam a imoralidade.

Pois estão contaminados, tanto o profeta como o sacerdote; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR. Jr 23.11


A acusação de Deus era contra toda a liderança do povo daqueles dias.
Os pastores foram acusados de destruírem e dispersarem as ovelhas. Vejamos um pouco cada uma dessas características:

- Destruir é o contrário de construir. Deus acusou seus líderes de não se esforçarem no desenvolvimento e fortalecimento das ovelhas, o que somente seria possível com o ensino constante na lei do Senhor, com uma vida prática por parte dos líderes que testemunhasse esse ensino e com a correção amorosa das ovelhas que se desviassem em algum momento da caminhada.

“(...) Um pastor do povo de Deus é responsável por cuidar deles. É responsável por alimentá-los com a Palavra de Deus em sua pregação, aconselhamento e conversas diárias. É responsável por proteger as ovelhas dos falsos mestres, do veneno de falsas doutrinas, da influência do mundo. (...)”
HARVEY, D. Eu sou chamado?; tradução Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos, SP: Editoral Fiel, 2013 p. 140.


Os líderes cristãos devem ser dedicar à construção, à edificação de suas ovelhas, pois é isso que Deus requer de cada um deles. E era isso que os pastores de Judá e de Israel não estavam fazendo.

- Espalhar é o contrário de reunir. Deus acusou seus líderes de não se empenharem em unir as ovelhas em torno da Sua lei, da meditação e prática. Um pastor que não ama as ovelhas não se entrega por elas, ao contrário, é o primeiro a fugir quando aparecem os problemas. O Senhor Jesus advertiu seus discípulos quanto a isso:

O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. Jo 10.12-13


Os pastores de Judá foram acusados exatamente disso, de se preocuparem apenas com seus próprios interesses e se esquecerem das ovelhas. Eles demonstravam exteriormente o cultivo de uma vida religiosa, na execução diária das tarefas descritas na lei de Deus, mas interiormente sua mente e coração estavam distantes do Senhor, o que também era comprovado por suas práticas imorais e escandalosas em lugares escondidos. Tinham aparência de cristãos, mas eram lobos vestidos em peles de cordeiros.

“(...) Esse período deve ter sido terrível para a nação de Israel. Exatamente as pessoas que deveriam conduzir o povo pelos caminhos da piedade e justiça estavam mergulhadas na maldade e no pecado. Isso entristeceu Jeremias. Também atraiu a ira de Deus sobre o povo. (...)”
CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 108


Semelhantemente, devemos ter cuidado com líderes que se preocupam com sua própria valorização pessoal, com cargos e hierarquias de qualquer natureza, pois de modo geral eles não têm amor genuíno pelos seus rebanhos.

A busca pela valorização pessoal do líder inevitavelmente o levará a fazer concessões morais e espirituais, a fim de ser mais “simpático” e arrebanhar mais “simpatizantes”. Deus condenou veementemente isso por meio de Jeremias, e continua a fazê-lo através dos pastores fiéis à Sua Palavra. Aqueles pastores foram duramente castigados, como também o serão os infiéis pastores atuais.


A DETERMINAÇÃO DO SENHOR

Eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; serão fecundas e se multiplicarão. Levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e elas jamais temerão, nem se espantarão; nem uma delas faltará, diz o SENHOR. Jr 23.3-4


Após advertir e prometer punir os líderes infiéis, o Senhor se comprometeu a prover várias bênçãos às suas ovelhas:

- Reuni-las novamente;
- Abençoá-las com numerosa descendência;
- Levantar pastores fiéis que cuidariam adequadamente delas.

“(...) Eu mesmo. Diante do fracasso dos reis, o próprio Senhor assumiria o controle de uma maneira nova (...).”
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. p. 989. Comentário de Jr 23.3


Ao mesmo tempo que Deus pronunciou castigo sobre os líderes e sobre todo o povo de Judá e de Israel, que se cumpriria com o exílio das duas nações e com um longo período de nova escravidão, Ele se preocupou em garantir que reuniria novamente o remanescente e cuidaria pessoalmente do seu povo.

O contraste entre as atitudes dos líderes infiéis e as atitudes prometidas pelo Senhor é evidente:

Líderes infiéis foram acusados por Deus de:
- destruírem as ovelhas;
- espalharem as ovelhas.

Deus se comprometeu a:
- reunir as ovelhas (o contrário de dispersar);
- abençoá-las com numerosa descendência (o contrário de destruir);
- dar-lhes pastores que as apascentariam (manutenção do cuidado prometido).

A narrativa bíblica está repleta de situações nas quais Deus removeu e puniu líderes infiéis e levantou líderes fiéis em seus lugares:

- Samuel substituiu Hofni e Finéias (1Sm 2.22-26);
- Davi substituiu Saul (1Sm 18.6-16);
- Elias substituiu os profetas idólatras (1Rs 18.20-40).

“(...) Isso deve servir de alerta para nós. Se você, líder cristão, começar a se sentir muito à vontade em seu cargo e fizer concessões doutrinárias ou morais, pensando que tudo ficará bem, só estará enganado a si mesmo. O Deus do universo não permitirá que seus planos sejam frustrados por líderes profanos e egoístas. Suscitará outros líderes em seu lugar. Na verdade, ele já suscitou Outro, e é para essa pessoa que nos voltamos agora. (...)”
CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 110.


A PROMESSA DO SENHOR

Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa. Jr 23.5-6


Além de prometer restauração ao povo, o Senhor prometeu que levantaria um “Renovo” justo. Essa expressão também é utilizada pelos profetas Isaías e Zacarias:

Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR. Is 11.1-2

Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens de presságio; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo. Zc 3.8


Em todas essas passagens, o termo refere-se ao descendente de Davi que se assentaria eternamente no trono. Deus prometeu a Davi que seu trono nunca ficaria vazio. Obviamente, só haviam duas formas dessa promessa ser cumprida: ou a descendência de Davi seria eterna, de forma que seus filhos sempre seriam reis, ou de Davi nasceria um descendente que governaria eternamente. Obviamente, hoje temos a certeza de que a segunda opção é a verdadeira.

Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre. 2Sm 7.16


Após acusar os líderes infiéis e prometer cuidar pessoalmente do povo, Deus relembrou o povo tanto da promessa feita a Davi como do modo pelo qual ela cumprida.

“(...) A palavra “Renovo” deve ser entendida como uma referência à sua relação com Davi: ele virá da árvore de Davi. Davi é a raiz ou o tronco principal, e desse reinado davídico há de vir outro rei. Portanto, neste sentido, ele é da linhagem de Davi. (...)”
CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 111.


E quais seriam as características desse Rei? O texto relata que Ele seria sábio e justo.

- Sabedoria: Sua sabedoria seria completa, a ponto Dele conhecer totalmente a vontade e a própria mente do Deus Pai, seus planos e a forma correta de agradá-lo. Ele estaria ligado ao Pai em todos os momentos, seu reinado consistiria em fazer a vontade daquele que o enviou (Jo 6.38).

- Justiça: Ele seria o único Rei completamente justo. E essa justiça consistiria em, primeiramente, viver de forma perfeita, sem pecado, a fim de estar apto a pagar os pecados de suas ovelhas e dar a elas a nova vida Nele. O Rei justo se sacrificaria pelos seus para salvá-los da condenação divina.

Essa justiça faria com que suas ovelhas fossem perdoadas e vivificadas. Elas sairiam de uma condição de “mortas e com a imensa dívida do pecado” para a condição de vivas e justas diante do Pai, que as veria através dos méritos do Rei Justo. Essa foi a grande promessa de Deus nesse texto.

Esse Rei sábio e justo prometido é o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Deus-homem que desceu do céu para pagar o nosso pecado e nos dar a nova vida Nele. Ele é o Renovo Justo, o descendente prometido de Davi que já se assentou no trono e reina para sempre. Ele tem o “nome que está acima de todo nome, e sobre o qual se dobram todos os joelhos, no céu e na terra”.

Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. Fp 2.9-11

“(...) Jesus não foi um simples mestre que veio nos ensinar alguns preceitos morais para podermos tentar seguir os caminhos de Deus. Nem mesmo veio para ser um bom exemplo a ser imitado. Se tivesse feito apenas isso, teria fracassado completamente em sua missão, pois nascemos pecadores. Nascemos dotados de uma natureza corrupta, e a doença está dentro de nós. Um simples exemplo moral não pode reverter essa situação. (...)”
CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 113.


Apesar do momento difícil vivido por Jeremias, ao contemplar tanta corrupção e imoralidade na cidade de Jerusalém e por toda a terra de Judá e de Israel, o Senhor prometeu que restauraria o seu povo e que enviaria o Rei Sábio e Justo para reinar eternamente. Certamente essa foi uma palavra bastante confortadora para o profeta.

O Grande Rei seria chamado: SENHOR, Justiça Nossa.

“(...) SENHOR, Justiça Nossa. Observa-se aqui certa ironia. Zedequias, que foi objeto da condenação de Jeremias em passagens anteriores (caps. 21-22), significa “O Senhor é minha justiça”, mas o rei não fez jus ao seu nome. O grande Filho de Davi que restauraria o reino depois do exílio seria, de fato, a justiça de todos do seu reino. Reinaria com justiça e a estabeleceria em todo o seu povo. (...).”
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. p. 989. Comentário de Jr 23.6


A LIBERTAÇÃO DO SENHOR

Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que nunca mais dirão: Tão certo como vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito; mas: Tão certo como vive o SENHOR, que fez subir, que trouxe a descendência da casa de Israel da terra do Norte e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra. Jr 23.8-9


Essa pequena passagem termina de uma forma até certo ponto intrigante: Deus prometeu que o reinado do Renovo Justo seria tão maravilhoso que superaria a grandiosidade do êxodo do povo de Israel do Egito.

Essa afirmação deve nos fazer parar e pensar um pouco. Afinal de contas, o êxodo foi um dos momentos mais espetaculares da história do povo de Israel. O povo não tinha condições de enfrentar os egípcios, que eram a nação mais poderosa daquele tempo. Portanto, os israelitas certamente seriam esmagados e novamente escravizados. Mas Deus, por intermédio de Moisés, agiu com graça e poder para libertar o povo e destruir os inimigos.

Essa história era contada de geração em geração. Moisés era reverenciado como o grande líder do povo de Israel, aquele que conversou com Deus no monte e recebeu as tábuas da lei. O êxodo foi um acontecimento grandioso.

Mas, mesmo com tudo isso, Deus diz no texto que o reinado do Renovo Justo seria maior que o êxodo. Como entender isso?

O Reinado de Jesus é maior que o êxodo por vários motivos:

Êxodo
Reinado de Cristo
Libertação temporal
Libertação eterna
Presença temporal de Moisés
Presença eterna de Cristo
Moisés foi mediador e pecador
Cristo é o mediador perfeito
A liderança de Moisés foi temporal
A liderança de Cristo é eterna
EVENTO TEMPORAL
EVENTO ETERNO


O reinado de Cristo é superior ao êxodo pelo fato de que o êxodo apontava para Cristo. A libertação, a graça despendida pelo Senhor, a mediação de Moisés, tudo isso apontava para a obra redentora de Jesus, que veio ao mundo para cumprir a vontade do Pai e resgatar seus filhos.

As Escrituras Sagradas são claras ao afirmarem que Jesus é superior a Moisés, e, da mesma forma, o reinado de Cristo é superior ao êxodo.

Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu. Hb 3.3.


Toda a Bíblia aponta para aquele grande dia, quando o Rei Justo buscará seu povo, limpará dos olhos toda lágrima e reinará com justiça e majestade, e então poderemos adorá-lo perfeitamente, como Ele merece. Esse será o grande dia superior ao êxodo, o grande dia esperado por todos aqueles que amam Cristo como seu Senhor e Salvador.

“(...) Só uma resposta me vem à mente. Penso naquele dia que “nascerá eterno, claro e belo”, quando todo o povo de Deus resgatado virá do leste, do oeste, do norte e do sul. Quando eles virão cantando, e haverá alegria eterna sobre a cabeça de cada um. Quando o pecado será então eliminado de uma vez por todas. Quando não haverá mais sofrimento, nem choro, nem morte. Com efeito, penso naquele dia em que o próprio Satanás receberá o golpe final das mãos do Senhor Jesus Cristo, quando finalmente saberemos o que significa adorar a Deus com um coração sem pecado e amá-lo perfeitamente. Quando Jesus, nosso grande Pastor, virá ele próprio nos conduzir para a eternidade. Que dia glorioso! (...)”
CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 118.


CONCLUSÃO

Os líderes de Israel e de Judá foram acusados por Deus de destruírem e espalharem as ovelhas. Eles eram maus líderes, e seriam castigados pelo Senhor.

Esse castigo veio com os exílios e com a deposição dessas pessoas de suas posições de liderança.

Após os exílios, o Senhor prometeu reunir suas ovelhas, dar-lhes grande descendência e constituir sobre elas líderes fiéis.

Mas Ele prometeu mais. Prometeu enviar o Grande Rei, o Renovo Justo, que reinaria com sabedoria e justiça. O Seu reinado seria grandioso e jamais teria fim. Ele sofreria por amor às ovelhas, para dar a elas o perdão dos pecados e a nova vida. Por meio desse Rei, as ovelhas seriam regeneradas, justificadas e capacitadas a trabalharem no processo de santificação, com o auxílio do Espírito Santo de Deus.
O reinado do Renovo Justo é o maior e mais importante evento da história da humanidade. E o último dia será tão grandioso que superará o dia do êxodo dos filhos de Israel do Egito.

O êxodo foi importante pela libertação miraculosa providenciada por Deus através de Moisés, mas também porque apontava para o grande dia, o dia do juízo final, quando Cristo, o Rei Justo, reunirá suas ovelhas para sempre em seu aprisco santo.

Que dia glorioso para os que amam e servem o Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Hosana nas maiores alturas! Ora, vem Senhor Jesus!

1Extraído e adaptado de: CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 105-120.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA DA LIDERANÇA CRISTÃ. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007. 1344p.

BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. 1920p.

CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. 224 p.

HARVEY, D. Eu sou chamado?; tradução Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos, SP: Editoral Fiel, 2013. 216 p.


terça-feira, 6 de outubro de 2015

Jesus Cristo no Antigo Testamento - aula 09 - Salmo 25


- Contexto histórico
- A oração de Davi
- Cristo no Salmo 25
- Jesus é o objeto da confiança do cristão;
- Jesus deu o exemplo de como confiar plenamente em Deus.
Conclusão
- Referências bibliográficas


CONTEXTO HISTÓRICO

Para ser possível interpretar o Salmo 25 da forma correta, é necessário compreender seu contexto histórico.

- É um salmo: Essa informação parece óbvia, pois o texto está inserido no livro dos Salmos, mas deve ser analisada com atenção. Os salmos são, basicamente, cânticos ou orações feitas por servos de Deus que viveram no Antigo Testamento, e contêm variados temas: louvores, lamentos, ações de graças, sabedoria etc. O Salmo 25 é uma oração feita pelo Rei Davi.

- É um poema: O salmo possui duas características principais: 1- é um acróstico, pois quase todos os versículos iniciam-se com uma das letras do alfabeto hebraico; 2- as verdades são declaradas aos pares, de modo que a segunda frase repete a ideia exposta na primeira (paralelismo sinonímico). Além disso, ora o salmista se dirige a Deus (vs. 1-7,11,16-22) , ora se dirige à congregação (vs. 8-10,12-25).

- Tema: O desespero. O assunto do salmo é o desespero de Davi em um momento de extrema dificuldade, no qual ele não sabia o que fazer. Ele, então, orou a Deus.

Muitos estudiosos defendem que Davi escreveu o Salmo 25 quando fugia de Absalão. Esse foi um momento muito difícil para o rei, que se viu traído pelo próprio filho e por muitos que se diziam seus aliados.

Essa história teve início com o estupro de Tamar por Amnon, relatado em 2Sm 13.1-22. Ambos eram irmãos, mas isso não impediu Amnon de cometer essa barbárie. O rei Davi, ao ser informado do caso, ficou furioso, mas não puniu seu filho. Esse erro de Davi colaborou para a sequência dos fatos.

“(...) Sua falha em agir com justiça, nesse contexto, contribuiu para a maior crise doméstica e política de sua vida, ou seja, a rebelião de Absalão; vale lembrar que essa crise foi alimentada pela queixa de Absalão de que Davi havia falhado em agir com justiça (cf. 15.4-6).”
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. p. 342. Comentário de 2Sm 13.21


Dois anos depois, Absalão planejou e executou a morte de Amnon e fugiu para outra cidade, onde permaneceu por três anos (2Sm 13.38). Após esse período, Davi foi convencido a permitir o retorno de Absalão para Jerusalém (2Sm 14.21,24).

O rei Davi errou ao não punir Amnon pelo estupro da irmã e errou ao não punir Absalão pelo assassinato do irmão.

Dois anos mais tarde, Absalão foi ao encontro de Davi, que o readmitiu e o beijou (2Sm 14.33). Parecia uma reconciliação, mas a história relata que isso não aconteceu.

Absalão passou quatro anos executando seu golpe de estado, dentro de Jerusalém, no qual ele julgava as causas do povo de forma a agradá-lo e conquistar seu coração.

Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração dos homens de Israel. 2Sm 15.6


Quando se sentiu fortalecido, Absalão foi a Hebrom e se autoproclamou rei sobre Israel (2Sm 15.10). Neste momento, Davi percebeu o tamanho do problema e decidiu fugir para escapar da morte.

O grande rei de Israel foi traído por seu próprio filho e teve que fugir às pressas com os poucos homens que se mantiveram leais a ele. A glória e a paz que tinha em seu palácio real foram transformadas em vergonha, desespero e luta pela sobrevivência.

“(...) É possível imaginar Davi escrevendo o salmo 25 no contexto de uma fuga. Ele fugiu do palácio, levando consigo os poucos amigos e soldados que não o traíram. O rei de Israel estava acampado fora da capital, escondido nos desertos que conhecia tão bem. As pessoas levavam-lhe alimento para que pudesse sobreviver, enquanto ele tentava evitar um conflito que redundasse na morte do filho. (...)”
CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 83


Esse era o contexto do Salmo 25.


A ORAÇÃO DE DAVI

A ti, SENHOR, elevo a minha alma. Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado, nem exultem sobre mim os meus inimigos. Sl 25.1-2


Os dois primeiros versículos mostram que o Salmo 25 é uma oração feita por Davi a Deus. Ele passava por um momento conturbado, sendo perseguido pelo próprio filho. Muitos pensamentos devem ter passado pela mente de Davi. O que ele falaria com Deus? O que cada um de nós falaria com Deus se estivesse no lugar dele?

Talvez muitos de nós questionaríamos Deus por permitir tamanha maldade por parte de Absalão. Por que o Senhor permitiu isso? Por que não age depressa e resolve esse problema?

Mas Davi não começou oração assim. Ao contrário, ele reconheceu que o Senhor era o seu Deus pessoal e declarou sua confiança Nele. É uma ótima forma de iniciar uma conversa com Deus.

No versículo 2 ele pediu a Deus que não o deixasse ser envergonhado, humilhado. Ele devia ter muito claro em sua mente o triste fim de Saul, o rei anterior de Israel. Além disso, Absalão havia se tornado poderoso e Davi tinha poucos homens consigo, o que o levou a temer quanto ao seu próprio futuro.

Com efeito, dos que em ti esperam, ninguém será envergonhado; envergonhados serão os que, sem causa, procedem traiçoeiramente. Sl 25.3


Apesar de estar com medo, Davi logo se lembrou da fidelidade de Deus para com seu povo. Ele confiou no Senhor, que guarda os que O buscam e é fiel à sua Palavra. Esse foi o primeiro consolo de Davi naquele momento de angústia.

Faze-me, SENHOR, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia. Sl 25.4-5


Após se lembrar da pessoa de Deus e dos seus feitos, Davi clamou pelo auxílio divino para aprender a andar nos Seus caminhos. Ele pediu que Deus o guiasse naquele momento de sofrimento. Davi não sabia o que fazer, mas ele sabia que o Senhor era sua única salvação, o único que poderia fazê-lo andar nos caminhos corretos mesmo em meio à escuridão.

Lembra-te, SENHOR, das tuas misericórdias e das tuas bondades, que são desde a eternidade. Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das minhas transgressões. Lembra-te de mim, segundo a tua misericórdia, por causa da tua bondade, ó SENHOR. Sl 25.6-7


Davi reconheceu sua grande parcela de culpa naquele momento. Ele sabia que a formação do seu lar não foi a ideal, já que teve filhos com várias mulheres, e também que sua passividade na repreensão dos filhos havia colaborado para tudo aquilo que lhe sobreveio. Ele era culpado por não ter sido um pai correto.

Então, ele clamou ao único Pai correto, o perfeito Criador do Universo, e pediu pela misericórdia e pela bondade de Deus. Somente o Senhor poderia perdoá-lo e purificá-lo dos pecados cometidos. Davi sabia disso e clamou desesperadamente por isso.

“(...) Quando Deus nos leva a uma situação em que confessamos não saber mais o que fazer, isso também faz parte do descanso: descansar em Deus com aquela confiança tantas vezes esquecida até pelos que estão no ministério. Simplesmente confiar nele quando a única alternativa é não confiar – aquela péssima ideia que tantas vezes seguimos. (...)” CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 92

Bom e reto é o SENHOR, por isso, aponta o caminho aos pecadores. Guia os humildes na justiça e ensina aos mansos o seu caminho. Todas as veredas do SENHOR são misericórdia e verdade para os que guardam a sua aliança e os seus testemunhos. Sl 25.8-10


Neste ponto, Davi passou a falar com a congregação. Ele incentivou as pessoas a também exaltarem a Deus por seus atributos e por seus maravilhosos feitos.

Davi tinha plena consciência da aliança de Deus com seus pais, e relembrou o povo de que Deus seria fiel à Sua Palavra e guardaria o caminho daqueles que O obedecessem.

Esses versículos trazem uma preciosa lição. A situação era difícil, angustiante, mas não impediu Davi de adorar o Senhor e de instruir os que estavam com ele a fazerem o mesmo. A realidade ainda não havia melhorado desde o início da oração. A diferença foi que o medo, a incerteza, a insegurança foram substituídos na confiança  e na segurança que somente o Deus da aliança podia dar a seus filhos.

Por causa do teu nome, SENHOR, perdoa a minha iniquidade, que é grande. Sl 25.11


Ele voltou a falar diretamente com Deus, e clamou novamente por perdão. Quanto mais Davi meditava sobre o ser de Deus e seus atributos, mais ele se dava conta de quão pecador era e de quanto necessitava da misericórdia e da graça de Deus em sua vida. Ele sabia que a única forma de ser perdoado por Deus era reconhecer seus pecados, se arrepender sinceramente e clamar por perdão, que seria concedido “por causa do nome do Senhor”, e não por qualquer outro motivo.

Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher. Na prosperidade repousará a sua alma, e a sua descendência herdará a terra. Sl 25.12-13


Esses versículos contêm mais instruções à congregação. Davi expressou uma das mais belas verdades contidas na Palavra de Deus: o temor do Senhor é a única orientação precisa para mostrar ao homem o caminho a ser seguido.

O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino. Pv 1.7

De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Ec 12.13


Ter temor significa obedecer à Palavra de Deus e buscar conhecê-lo cada dia mais, de forma reverente e sincera e em adoração constante por quem Ele é e por aquilo que Ele faz. Quem não teme ao Senhor vive com se pudesse fugir da presença divina, sem glorificá-lo como Criador, Sustentador, Salvador e Senhor.

Davi era temente a Deus. Ele tinha essa certeza em mente naquele momento difícil e sabia que somente o Senhor poderia guiá-lo de forma segura. Essa confiança em Deus, independentemente das circunstâncias, já havia sido expressa no Salmo 23:

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Sl 23.4

A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança. Sl 25.14


O temor do Senhor é também o ponto de partida para maior intimidade com Ele. As pessoas que têm medo de Deus tentar se afastar Dele, mas aquelas que têm o temor descrito nas Escrituras Sagradas procuram aproximar-se Dele, relacionar-se mais intensamente com Ele.

A intimidade com Deus faz com que as pessoas se importem menos com coisas irrelevantes (mas que são tão valorizadas) e se importem mais com a própria vontade de Deus em suas vidas. Era nisso que Davi estava focado, era essa sua esperança quando o medo bateu à sua porta.

“(...) Se você se concentrar ao máximo naquilo que Deus pensa de você, o temor dos homens será rapidamente derrotado. (...)”
CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 95

Os meus olhos se elevam continuamente ao SENHOR, pois ele me tirará os pés do laço. Volta-te para mim e tem compaixão, porque estou sozinho e aflito. Alivia-me as tribulações do coração; tira-me das minhas angústias. Considera as minhas aflições e o meu sofrimento e perdoa todos os meus pecados. Considera os meus inimigos, pois são muitos e me abominam com ódio cruel. Sl 25.15-19


Nestes versículos Davi reafirmou sua confiança em Deus e repetiu suas preces pela compaixão divina, alívio, perdão dos pecados e libertação dos inimigos.

Guarda-me a alma e livra-me; não seja eu envergonhado, pois em ti me refugio. Preservem-me a sinceridade e a retidão, porque em ti espero. Ó Deus, redime a Israel de todas as suas tribulações. Sl 25.20-22

Ele encerrou o salmo clamando a Deus que o mantivesse firme, mesmo em meio à adversidade, e que no devido tempo o Senhor libertasse ele e o povo de Israel daquela situação.


CRISTO NO SALMO 25

É possível anunciar Jesus Cristo neste salmo utilizando-se de pelo menos duas ideias principais:

1- Jesus é o objeto da confiança do cristão

Davi utilizou o nome do Senhor treze vezes durante todo o salmo. O momento era difícil, mas ele confiou em Deus. E, à medida que clamou e adorou o Senhor, seu desespero foi transformado em confiança e segurança. A situação não mudou instantaneamente, mas o coração do rei sim. Ele foi confortado por Deus.

Semelhantemente, todos nós passamos por várias situações difíceis ao longo da vida. Mas, ao invés de murmurar, devemos fazer como Davi e nos achegarmos para mais perto de Cristo, o único que prometeu carregar o nosso fardo pesado e nos ofereceu o seu fardo que é leve.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. Mt 11.28-30

2- Jesus deu o exemplo de como confiar plenamente em Deus

Davi demonstrou confiança em Deus mesmo no momento em que havia sido traído por seu próprio filho e por muitos que eram próximos a ele. Este é um bom exemplo, mas existe um exemplo ainda maior.

Jesus Cristo foi traído por um amigo íntimo, que estava sempre ao seu lado.

Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar. Sl 41.9


Ao contrário de Davi, cujos erros colaboraram para piorar a situação, Jesus nunca cometeu pecado, ele sempre foi um amigo legal e disposto a cumprir integralmente a missão de dar a vida pelos seus. Sendo assim, a traição de Judas foi muito mais dolorida que a de Absalão, e o peso daquela situação foi demonstrado aos discípulos pelo Senhor na última ceia (Mt 26.20-25).

Naquele momento difícil, Jesus também orou ao Pai. Por três vezes, apresentou sua petição, mas em todas elas se comprometeu a cumprir integral e perfeitamente a vontade divina.

Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. (...) Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. (...) Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Mt 26.39,42,44.


Davi é um bom exemplo de confiança em Deus nos momentos de dificuldade. Mas Jesus Cristo é o exemplo perfeito dessa confiança, o exemplo supremo de total submissão à vontade do Pai. Ele deve ser o nosso exemplo em todos os momentos, o nosso modelo a seguir.

Jesus Cristo é o exemplo vivo de confiança plena em Deus. É o nosso exemplo eterno e sempre presente.


CONCLUSÃO

O Salmo 25 é o clamor de um homem desesperado ao seu Deus. A situação era terrível, ele estava com medo, desamparado e era um fugitivo sendo caçado pelo próprio filho. Mas, ao invés de murmurar ou blasfemar diante de Deus, Davi abriu seu coração e orou confiado nas promessas do Deus de seus pais, do Deus da aliança.

O salmo é um lindo poema de exaltação do ser de Deus e dos seus atributos. Davi adorou ao Senhor por quem ele é e por aquilo que ele faz. E essa adoração permitiu ao rei enxergar seus próprios pecados, arrepender-se e clamar pelo perdão de Deus. Ele também encontrou tempo para ensinar as pessoas próximas a ele sobre a importância de adorarem o Senhor Deus de Israel.

Essas atitudes de Davi fizeram com que o medo fosse gradualmente substituído pela confiança em Deus. Ele não sabia o que viria pela frente, mas descansou no Senhor, o seu Deus pessoal.

Davi foi um ótimo exemplo de alguém que confiou em Deus, mas as Escrituras Sagradas nos revelam alguém que foi o maior exemplo, o exemplo supremo: Jesus Cristo.

Jesus é o objeto da nossa confiança, ele é o Deus-homem que veio ao mundo nos salvar do inferno e nos colocar em segurança no caminho do céu. Ele é a nossa segurança, o nosso refúgio e fortaleza, o socorro bem presente nas tribulações. Se alguma situação nos trouxer medo, temos que nos achegar para mais perto de Cristo, o nosso Salvador eterno.

Jesus também nos deu o exemplo perfeito de confiança em Deus. Ele suportou a traição humana e o abandono do Pai e seguiu firme para cumprir sua missão. E fez tudo isso exclusivamente por seu amor por nós, para nos salvar e nos dar a nova vida Nele.

Toda honra e glória sejam dadas a Jesus Cristo, o Senhor do Universo!

1Extraído e adaptado de: CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. p. 77-103.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2009. 1920p.

CARSON, D.A. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Vida Nova, 2015. 224 p.